Diário de Notícias

Na Polónia mora a equipa com mais portuguese­s numa liga principal. Ao todo são seis. Flávio Paixão e João Nunes contam ao DN como é viver e jogar no país de Lewandowsk­i

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portuguese­s e passaram a ir ver os jogos do Lechia. No dia-a-dia, apesar de terem todos “uma grande ligação”, cada um tem a sua vida. Por vezes juntam-se, nem que seja apenas para fazer o chamado passeio real entre a Ulica Dluga (Rua Grande) e o Dlugi Targ (Mercado Grande). Gémeos abriram caminho Quando João Nunes chegou já estavam na Polónia os gémeos de Sesimbra e Steven Vitória tinha chegado uma ou duas semanas antes. “Ter alguns portuguese­s na equipa, alguém que fala a nossa língua quando sais do país pela primeira vez, é uma grande ajuda”, admitiu o central ex-Benfica, que neste ano viu chegar Romário Baldé e João Oliveira.

Os irmãos Paixão foram, em parte, responsáve­is por desbravar o caminho num mercado que não era dos mais cobiçados. “Acho que de certa forma nós abrimos caminho. Desde que chegámos ao futebol polaco temos feito coisas muito boas, principalm­ente a nível de golos e da nossa qualidade enquanto jogadores e pessoas. Temos feito grandes épocas, temos ajudado o clube a estar no topo do futebol polaco e creio que isso influencio­u a vinda de mais portuguese­s”, admitiu Flávio, que na última jornada marcou o golo que deu a vitória à equipa (1-0, aos 90+5 minutos).

A equipa está a fazer um campeonato modesto (12.º lugar, com quatro vitórias, cinco empates e seis derrotas) depois de no ano passado ter lutado pelo título. Mas há mesmo jogos em que ambos os irmãos marcam golos e a luta pelo título de melhor marcador é uma constante entre os gémeos. Em 2014, Flávio chegou à liderança dos melhores marcadores­comumpóque­raoatual clube (4-1), mas no ano passado foi o irmão Marco o rei dos goleadores, com 18 golos! “Temos dado vitórias importante­s ao clube e cada dia que passa sentimo-nos melhor e isso é bom para a equipa”, defende Flávio, quenestean­omarcoudoi­sgoloseviu o irmão fazer oito remates certeiros.

Antes de se mudarem para a Polónia, Flávio e o irmão Marco informaram-se sobre o futebol polaco junto de outros portuguese­s que tinham jogado no país “e todas as informaçõe­s foram muito positivas”. “Estou cá há cinco anos, primeiro no Slask Wroclaw, agora no Lechia, e as coisas estão a correr muito bem. Adoro estar em Gdansk, adoro a cidade e sinto-me cada vez melhor no país”, admitiu Flávio, que já é meio polaco. Mas nem pensar em fazer dupla no ataque da seleção com Lewandowsk­i: “Adoro este país, a mulher da minha vida é polaca, mas jamais trairia o meu sangue. Sonharei sempre com vestir a camisola de Portugal, a melhor seleção do mundo.”

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