Diário de Notícias

O Concerto mais hollywoode­sco tocado por fórmula 1 do violino

- BERNARDO MARIANO

CONCERTO Violinista Baiba Skride estreia-se em Lisboa. É solista no Concerto de Korngold com a Sinfónica Portuguesa, hoje, no CCB Percorre o mundo para tocar com as maiores orquestras do planeta, numa carreira que, todavia, não havia ainda passado por Portugal. Baiba Skride, 36 anos, faz hoje a sua estreia profission­al entre nós, tocando o Concerto em ré M, op. 35, de Erich W. Korngold: “Conheço esta obra há muito tempo, mas é uma obra complicada, que requer tempo, e com uma carreira tão ocupada…” Daí que “só há 6 ou 7 anos a tenha tocado pela primeira vez”. Mas mais especial foi a última: “Foi em Gotemburgo, com a Sinfónica, e foi gravado para ser editado. Deverá sair na primavera de 2018, junto com a Serenata de Bernstein!”, afirma Baiba, cuja carreira foi lançada após a vitória, aos 20 anos, no Concurso Reine Elisabeth, um dos mais prestigiad­os do mundo.

Sobre o Concerto de Korngold, diz que “está a tornar-se parte do repertório normal e felizmente que assim é, pois contém música maravilhos­a! O mais importante nela, apesar das dificuldad­es da escrita, são as cantilenas – e elas transborda­m de sentimento e romantismo”. Na verdade, todos os temas principais da obra foram extraídos de bandas sonoras que Korngold, um dos autores que revolucion­ou a música para filmes, escreveu para Hollywood na segunda metade dos anos 30.

Baiba formou no ano passado o Skride Piano Quartet, junto com a irmã Lauma (pianista) e dois outros músicos, mas foi quase por acaso: “Reunimo-nos os quatro e demo-nos tão bem e foi musicalmen­te tão gratifican­te que nos perguntámo­s: ‘porque não fazemos uns concertos?’ E como era preciso um nome, eu propus esse...”, diz, rindo – “É o único grupo fixo que eu tenho, agora. De resto, integro como convidada outros ensembles.” Esse imenso gosto de fazer música de câmara explica-o em três pinceladas: “Porque aprendo imenso tocando com outras pessoas e ouvindo as suas opiniões; porque o repertório é maravilhos­o e inesgotáve­l; e por causa da convivênci­a: a vida de solista é muito solitária e a música de câmara compensa isso – estás ali com amigos, quase com confidente­s.” KORNGOLD + MAHLER Solista: Baiba Skride (violino) Orq. Sinf. Portuguesa/Joana Carneiro Grande Auditório do CCB, hoje, 17.00 bilhetes dos 5 aos 20 euros

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Baiba Skride

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