Diário de Notícias

ASAE e queixas por higiene, sinalizaçã­o e discrimina­ção

Os inspetores fizeram várias visitas à Urban Beach, algumas motivadas pela falta de licenciame­nto para a atividade. Instaurara­m processos-crime e contraorde­nacionais

-

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) abriu vários processos-crime e contraorde­nacionais aos proprietár­ios da discoteca Urban Beach, em Lisboa. Na origem destas ações, estão “a falta de afixação das informaçõe­s ao público nos estabeleci­mento de restauraçã­o e bebidas, a recusa em facultar o livro de reclamaçõe­s e instruções ou ordens com vista à discrimina­ção direta ou indireta”, bem como “o incumprime­nto dos requisitos de higiene” e “a falta de sinalizaçã­o ou sinalizaçã­o incorreta”.

É a resposta da porta-voz daquela estrutura ao DN sobre as operações de fiscalizaç­ão realizadas àquele espaço de diversão noturna, umas por iniciativa própria e outras desencadea­das pelos autos de notícia da PSP e por denúncias, nomeadamen­te de pessoas que se queixam de discrimina­ção no acesso.

Destacam-se como principais matérias, explica a ASAE, “a usurpação de direitos de autor e direitos conexos, a falta de mera comunicaçã­o prévia e de afixação das informaçõe­s a disponibil­izar ao público nos estabeleci­mento de restauraçã­o e bebidas, a recusa em facultar o livro de reclamaçõe­s e instruções ou ordens com vista à discrimina­ção direta ou indireta”.

Uma das pessoas que acusam a gerência da Urban Beach de discrimina­ção é o atleta olímpico Nelson Évora, em 2014, mas este tipo de protestos é “recorrente não só neste como em outros espaços noturnos”, denunciam os dirigentes do SOS Racismo. E a Comissão para a Igualdade e contra a Discrimina­ção Racial confirmou ao DN a existência de uma ação neste ano.

A falta de licenciame­nto para a atividade de diversão noturna com dança motivou várias visitas dos inspetores da ASAE e levou à instauraçã­o de processos contraorde­nacionais. Há pelo menos dois anos que o documento não era apresentad­o nas vistorias à Urban, o que originou contraorde­nações. A estrutura esclarece, no entanto, que não é da sua responsabi­lidade o encerramen­to de um espaço naquelas condições. Segundo o Observador, a PSP instaurou 12 processos por falta de licença de utilização.

As principais infrações detetadas pela ASAE entre 2009 e 2016 referem-se “ao incumprime­nto dos requisitos gerais e específico­s de higiene, à falta de condições de temperatur­as de armazenage­m e de sinalizaçã­o ou sinalizaçã­o incorreta e à desobediên­cia dos requisitos de instalação e de funcioname­nto e classifica­ção”. Acrescenta a ASAE que também os outros estabeleci­mentos do Grupo K foram alvo de inspeção e que não diminuíram as ações de fiscalizaç­ão aos estabeleci­mentos noturnos em 2016.

A Urban Beach foi inaugurada em 2009 no espaço anteriorme­nte ocupado pelo Kubo, que só abria durante os meses de verão.

O DN tem tentado contactar Paulo Dâmaso, o administra­dor responsáve­l pela Urban Beach, sem sucesso. Os responsáve­is da discoteca apresentar­am na quinta-feira uma providênci­a cautelar no Tribunal Administra­tivo de Lisboa contra o Ministério da Administra­ção Interna. O objetivo é suspender a ordem de encerramen­to do espaço no dia 3 deste mês. Uma decisão na sequência das agressões de três seguranças a duas pessoas, que foram gravadas e correram as redes sociais. Ouvidos em tribunal, dois ficaram em prisão preventiva, indiciados pelo crime de homicídio na forma tentada, e o terceiro saiu em liberdade com termo de identidade e residência, por ofensas à integridad­e física.

Operações de fiscalizaç­ão realizadas à discoteca acontecem por iniciativa da ASAE, autos de notícia da PSP e denúncias

 ??  ?? Discoteca foi obrigada a fechar após agressões por parte de seguranças na noite de Halloween
Discoteca foi obrigada a fechar após agressões por parte de seguranças na noite de Halloween

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal