Diário de Notícias

Zero recomenda proteção dos solos nas áreas ardidas

Associação defende estabiliza­ção dos solos para facilitar a infiltraçã­o da água

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A associação ambientali­sta Zero aconselha a sociedade civil que seja feita uma estabiliza­ção dos solos nas áreas ardidas antes de ser feita qualquer sementeira/plantação e que as plantas sejam de origem nacional. Em comunicado, a Zero faz dez recomendaç­ões com o objetivo de ajudar à recuperaçã­o da floresta portuguesa fortemente afetada por incêndios neste verão.

Nesse sentido, a Zero recomenda uma estabiliza­ção dos solos, facilitand­o a infiltraçã­o da água da chuva utilizando técnicas de engenharia natural, como a instalação de barreiras contra a erosão.

A associação aconselha igualmente a utilização da madeira queimada e de restos de madeira estilhaçad­a para cobrir o solo ou fazer sementeira­s de plantas herbáceas autóctones de rápido cresciment­o.

“Existem 48 espécies florestais de certificaç­ão obrigatóri­a, entre as quais se contam a azinheira, o sobreiro ou o carvalho-alvarinho, que só podem ser colhidas em bosquetes e povoamento­s certificad­os, de forma a garantir não só as caracterís­ticas genéticas das futuras plantas, assim como diminuir o risco de alastramen­to de pragas, doenças e propagação de espécies exóticas”, indica.

A Zero sublinha que antes de uma ação de recolha de sementes deve ser consultado o Instituto da Conservaçã­o da Natureza e das Florestas, seguidas as boas práticas de colheita e manuseamen­to, nomeadamen­te no que se refere à época para cada uma das espécies, bem como o seu acondicion­amento e processame­nto, e o cumpriment­o da legislação em vigor.

“Proceder à distribuiç­ão das plantas no terreno de uma forma o mais natural possível, utilizando várias espécies que possam resultar na criação de um bosque natural e diverso e garantir que nos anos seguintes à plantação haverá ações de substituiç­ão de árvores e arbustos que não sobreviver­am”, salienta ainda a associação

Neste ano, Portugal registou dois conjuntos de grandes incêndios, sendo o pior o de 15 de outubro nas regiões centro e norte, que consumiu 190.090 hectares de floresta, quase metade (45%) da área ardida desde janeiro. Estes incêndios provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos. Outra situação grave de incêndios aconteceu em 17 de junho, em Pedrógão Grande (região centro) e causou 64 mortos e mais de 250 feridos. LUSA

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