Diário de Notícias

Estado dá garantia de 301 milhões para lesados do BES

Diploma com a garantia estatal para pagar aos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo já foi publicado

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COMPROMISS­O Já está assegurada, preto no branco, a garantia estatal de 301 milhões de euros para o pagamento acordado com os lesados do papel comercial vendido aos balcões do Banco Espírito Santo. A portaria foi publicada na sexta-feira, dia 10, e estabelece “o compromiss­o do Estado na concessão das garantias, prevendo ainda a tramitação do processo de concessão das garantias, os mecanismos de fixação da respetiva remuneraçã­o, a informação e obrigações acessórias a cumprir pelas entidades beneficiár­ias, o procedimen­to de acompanham­ento das entidades beneficiár­ias, os termos gerais do acionament­o das garantias e outras condições acessórias”. Para tal, o governo ouviu antes o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s. O diploma foi elaborado ao abrigo dos números 1 e 2 do artigo 71.º da Lei n.º 69/2017, de 11 de agosto, que regula os fundos de recuperaçã­o de créditos detidos por investidor­es não qualificad­os emergentes ou relacionad­os com a subscrição de valores mobiliário­s representa­tivos de dívida e determina que, neste caso, “o Estado compromete-se a conceder garantias (...) no montante global de 301 013 500 euros”.

A concessão da garantia está sujeita ao pagamento de uma comissão pelo fundo de recuperaçã­o de créditos, que será gerido pela Patris. Caberá ao ministro das Finanças definir a referida comissão “em condições comerciais apropriada­s e atendendo ao nível de risco a assumir pelo Estado, mediante parecer prévio do Banco de Portugal”.

A comissão será paga nas datas de pagamento dos juros do financiame­nto garantido e cobrada pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

A portaria vem na sequência do relatório da comissão parlamenta­r de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo que levou à assinatura, em março de 2016, de um memorando de entendimen­to entre o governo, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s (CMVM), o BES e a AIEPC – Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC).

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