Mais um triunfo para Miguel Oliveira, uma estrela em ascensão acelerada
Piloto almadense, que ontem somou a terceira vitória consecutiva no Campeonato do Mundo, projeta-se como o maior vulto do desporto nacional extrafutebol. “Pode ser o nosso Ronaldo n.º 2”, aponta o diretor do IPAM, Daniel Sá
rodas...”), explica o especialista em marketing.
Ora, segundo Daniel Sá, esse mediatismo – que não se compara com o dos atletas olímpicos, “que apenas têm visibilidade em épocas de grandes competições” – poderá ainda “chegar a outro patamar” se Miguel Oliveira subir entretanto à Moto GP (categoria máxima do motociclismo de velocidade). Manuel Marinheiro perspetiva o mesmo, frisando que o piloto almadense “merecia muito mais atenção do que tem recebido” até aqui em Portugal.
O líder da Federação de Motociclismo de Portugal também vê o piloto da KTM com potencial para se tornar a maior estrela extrafutebol do desporto nacional (mesmo que, no passado recente, o país também tenha tido dois campeões mundiais de duas rodas – Hélder Rodrigues e Paulo Gonçalves, em todo-o-terreno). “Miguel Oliveira tem todas as condições para isso”, afirma Manuel Marinheiro, crente de que, “no caso de se manter em Moto 2”, o piloto português “pode lutar pelo título na próxima época”.
Na verdade, neste ano, no final de um campeonato extremamente regular – em que só por três ocasiões (França, Áustria e San Marino) falhou o top 8 –, o piloto almadense, de 22 anos, já mostrou poder lutar sempre pelos primeiros lugares. E nas três últimas corridas da época chegou aos triunfos que há tanto tempo perseguia – numa série de três vitórias consecutivas (Austrália, Malásia e ComunidadeValenciana) como alcançara em 2015, na despedida da categoria de Moto2. “Ansioso pelo ano que vem” Ontem, emValência (Espanha), Miguel Oliveira – que partira do 4.º lugar da grelha – deu mais uma prova de mestria: depois de ultrapassar o espanhol Álex Márquez (irmão mais novo de Marc Márquez, que revalidou o título de MotoGP), que saíra da pole, conseguiu também suplantar o italiano Franco Morbidelli [campeão de Moto2], e lançar-se para um triunfo confortável, com 2,154 segundos de vantagem. “Não foi fácil ultrapassar o Álex Márquez, mas assim que o consegui percebi que tinha ritmo para apanhar o Franco Morbidelli. Mantive-me calmo, apanhei-o e ultrapassei-o imediatamente. Depois foi pôr a cabeça baixa e construir uma distância”, descreveu, no final, em declarações divulgadas pela sua assessoria de imprensa.
“Muito feliz por mais uma vitória”, Miguel Oliveira ainda procurava, então, palavras para descrever este final de temporada “surreal”, em que a KTM começou a somar as vitórias que há muito lhe escapavam (o português já tinha ficado a menos de um segundo da vitória na Alemanha e em Aragão). “Estas últimas três corridas foram incríveis para toda a equipa. Estamos muito confiantes para a próxima temporada”, sublinhou.
Concluído o Mundial, a 67 pontos de Morbidelli (Kalex), que vai subir de categoria, é tempo de pensar em 2018 – com o português a “meter medo” à concorrência (como notava ontem o jornal espanhol As).“Estou ansioso por começar a preparar o ano que vem [os testes arrancam esta semana], para continuarmos fortes como acabámos este campeonato”, afirmou Miguel Oliveira. Só assim pode continuar a sua ascensão em ritmo acelerado.