Diário de Notícias

Do Panteão pobre a uma startup supermilio­nária

- A Casa Grande de Romarigães Maternal Marujo, Rosinha dos Limões.“Mas geek. Cartilha startup

AFERREIRA FERNANDES gora, o Panteão. Jantou-se sob a cúpula. Culpa deste governo.Tudo dentro dos regulament­os de 2014. Culpa do governo anterior... Converseta­s! Ora as culpas são outras. 1) Janta-se nos monumentos por falta de dinheiro. E 2) Ao alugar claustros e salões nobres não sabemos transforma­r a pobreza num orgulho. Por exemplo, para os da Web Summit, no Panteão, dizer-lhes quem somos. Ah, querem jantar com as nossas falecidas glórias? Então, além do cheque, ofereçam a vossa atenção! Não temos cá o Bulhão Pato (o melhor deste é servido em amêijoas nas tascas da cidade), mas temos Aquilino, o da cripta ao lado, que em cozinhava a truta de dez maneiras. Ao menu chamar-se-ia

(homenagem a outro hóspede, João de Deus) e seria só peixe. Para lhes dizer, nós é mar – ao jantar citar-se-ia mil vezes Sophia. E, já agora, ó campeões da imaginação, o Eusébio está cá a representa­r mais que ele: foi colega de Coluna, um negro que mandava numa equipa de brancos quando isso ainda não existia. Silêncio, anunciava-se Amália e ouvia-se Max a cantar a

ela não era uma fadista?!”, diria um Cala-te e ouve (e agora era Amália a cantar): o fado igualzinho... Lição para os da Web Summit: as invenções entrelaçam-se.Tanta coisa temos para vos ensinar enquanto mastigam... Investíamo­s as receitas dos jantares numa milionária: o Museu dos Descobrime­ntos. E com este libertávam­os da pobreza o Panteão.

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