Diário de Notícias

Crise catalã dá impulso ao Ciudadanos. Podemos em queda

Intenções de voto colocam partido de Albert Rivera como a segunda maior força do país, a par do PSOE. PP continua líder

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A postura firme contra o desafio independen­tista na Catalunha fez disparar o apoio ao Ciudadanos, que recolhe agora 22,7% das intenções de voto, tornando-se a segunda maior força política de Espanha, empatado com o PSOE, mostra uma sondagem da Metroscopi­a divulgada ontem pelo El País.

Estes 22,7% são o melhor resultado jamais obtido pelo partido de Albert Rivera neste estudo de opinião desde a sua passagem para a política nacional, em 2015 – o Ciudadanos nasceu em Barcelona em 2006 com o objetivo de lutar contra o nacionalis­mo catalão. Representa­m quase mais dez pontos percentuai­s em relação ao resultado obtido nas eleições gerais de 26 de junho de 2016 (13,1% dos votos) e mais 4,2 pontos quando se compara com a última sondagem da Metroscopi­a, datada de 30 de julho.

O estudo de opinião ontem conhecido revela ainda que o Ciudadanos é o partido com melhor avaliação por parte dos espanhóis – 53% aprovam o seu comportame­nto – e 76% dos seus eleitores garantem que tencionam voltar a dar o seu voto a Rivera. Mas não só, pois surge como a força política com mais apoios vindos de outros quadrantes: 14% são antigos eleitores do PP, 9% vêm do PSOE e 4% do Unidos Podemos.

“Estes três dados mostram que os inquiridos premeiam a firmeza com que Rivera se posicionou contra o referendo ilegal de 1 de outubro, o papel de protagonis­ta que Inés Arrimadas [líder do Ciudadanos no Parlament] teve na crise e o apoio do Ciudadanos ao governo na ativação do artigo 155 da Constituiç­ão”, pode ler-se na análise feita pelo El País.

O líder das intenções de voto continua a ser o PP de Mariano Rajoy, com 26,1%, mas 0,8 pontos percentuai­s abaixo dos últimos dados da Metroscopi­a. Somados, os resultados de PP e Ciudadanos dariam 48,8% dos votos, mais do que uma possível aliança à esquerda entre PSOE e Unidos Podemos, que alcançaria apenas 37,4%.

A crise independen­tista na Catalunha teve também grande impacto nas intenções de voto no Unidos Podemos, mas de forma negativa. A coligação liderada por Pablo Iglesias cai para a quarta maior força política em Espanha, recolhendo apenas 14,7% das intenções de voto, menos cinco pontos percentuai­s relativame­nte a julho. “É preciso recuar a outubro de 2015, quando a formação de Pablo Iglesias ainda não se tinha aliado com a EU, para encontrar uma estimativa pior (14,1%)”, referia ontem El País. “O Unidos Podemos, que sonhou passar o PSOE durante a campanha eleitoral de junho de 2016, está agora a oito pontos dos socialista­s”.

O Podemos é o partido com uma maior fatia de eleitores indecisos (21%), mas também o que apresenta uma maior fuga de apoiantes – 28% dizem que tencionam votar noutra força política.

Entre as notas negativas há ainda o facto de ser o que menos simpatia desperta neste momento, e segundo a Metroscopi­a, entre os espanhóis, com 56% a dizerem que nunca votariam no Podemos. Quanto aos outros partidos, 45% nunca apoiariam o PP, 18% o Ciudadanos e 14% o PSOE. A.M.

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Albert Rivera é o líder do Ciudadanos

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