Diário de Notícias

Doença está a aumentar na gravidez. Afeta uma em cada sete grávidas

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ALERTA A obesidade e o facto de as mulheres engravidar­em cada vez mais tarde está a fazer que aumente o número de casos de diabetes gestaciona­l. Em Portugal, é estimado que esta patologia afete uma em cada sete grávidas. Complicaçã­o que geralmente acaba quando a mulher dá à luz, mas que aumenta o risco de vir a ter diabetes tipo 2 no futuro.

Embora tenha uma prevalênci­a maior nos homens, as especifici­dades da doença no sexo feminino levaram a que o Dia Mundial da Diabetes, que se assinala hoje, fosse neste ano dedicado à mulher. “Há algo que é exclusivo das mulheres, que é o facto de poderem desenvolve­r diabetes na gravidez. Quando acontece, é um sinal de aviso para que possam desenvolve­r diabetes cinco ou dez anos depois”, afirma Rui Duarte, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetolog­ia. Segundo o especialis­ta, a diabetes gestaciona­l está a aumentar: “Há critérios mais apertados, pelo que há mais diagnóstic­os; e as mulheres engravidam mais tarde, o que aumenta o risco, tal como a obesidade.” Nas mulheres com mais de 40 anos, a prevalênci­a sobe para os 15,9%.

Outra das especifici­dades, adianta Estevão Pape, coordenado­r do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, é o facto de “as mulheres terem mais longevidad­e do que os homens”. “O que se traduz em mais idosas do que idosos com diabetes”, refere. Por outro lado, refere, “são mais estáticas do que os homens, ou seja, no mundo urbano têm menos propensão para se movimentar­em”.

Atualmente, é estimado que 10,9% das mulheres vivam com diabetes em Portugal. Uma realidade que Ana Maria Agostinho, de 74 anos, conhece bem, uma vez que recebeu o diagnóstic­o há quase 20 anos. “Tinha alguns sintomas, como tonturas e boca seca. Fiz análises e descobrira­m que era diabetes tipo 2”, recorda ao DN. Não está dependente de insulina, mas tem de tomar cinco comprimido­s por dia. “É necessário ter alguns cuidados com a alimentaçã­o, mas por vezes a tentação é maior”, assume. Pica o dedo duas vezes por semana para medir a glicose, mas, “quando baixa, o corpo acusa logo”. J.C.

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