Diário de Notícias

PREÇOS VÃO AUMENTAR EM JANEIRO NUM TERÇO DAS AUTOESTRAD­AS

Inflação homóloga foi em outubro de 1,42% e deverá ser esta a ordem de grandeza de atualizaçã­o das portagens que as concession­ários têm de fazer chegar ao governo até amanhã. Novos preços chegam no dia 1 de janeiro

- LUCÍLIA TIAGO

As concession­árias das autoestrad­as têm até amanhã para entregar ao governo e ao Instituto da Mobilidade e dos Transporte­s (IMT) a sua proposta de atualizaçã­o dos preços das portagens para 2018. A ordem de grandeza do aumento deverá ser de 1,42% – em linha com a taxa de inflação homóloga sem habitação registada em outubro. Cerca de um terço dos troços com portagem deverão aumentar o preço a partir de 1 de janeiro.

Pelo segundo ano consecutiv­o, o valor pago pelos automobili­stas em alguns lanços das autoestrad­as portuguesa­s vão subir. A evolução da taxa da inflação ao longo deste ano já permitia antecipar este desfecho e constatar que o aumento que vai ser fixado a partir de 1 de janeiro irá superar o deste ano – que foi de 0,84%. Este dado global não permite ainda fazer contas ao impacto em cada troço e para cada classe de veículos. Este quadro geral só será conhecido lá para o final do ano, quando o governo, depois de analisar as propostas das várias concession­árias, tornar pública a sua decisão de atualizaçã­o das taxas de portagens.

O método de atualizaçã­o do preço das portagens está definido na lei e inclui um mecanismo de arredondam­ento que determina subidas para o múltiplo de cinco cêntimos quando da aplicação da fórmula resultar uma subida superior a 2,45 cêntimos. Exemplific­ando: se da aplicação da fórmula de atualizaçã­o a determinad­o troço e classe de veículos resultar um aumento inferior a 2,5 cêntimos, não há mudanças. Mas se o resultado superar 2,5 cêntimos, haverá uma subida de pelo menos cinco cêntimo no preço a pagar pelo utilizador.

Simulações realizadas pelo DN/Dinheiro Vivo indicam que nos percursos de valor mais redu- zido, como acontece por exemplo na autoestrad­a entre Lisboa e Cascais, não deverá haver mexida nos preços. Mas na A1 o troço Alverca-grijó deverá ficar 30 cêntimos mais caro e a portagem na Ponte Vasco da Gama deverá subir 5 a 10 cêntimos.

Esta metodologi­a faz que em anos de inflação baixa a maioria dos preços acabem por não ter qualquer alteração. Foi o que sucedeu neste ano, em que os 0,84% de taxa de inflação homóloga registados em outubro de 2015 implicaram mudanças em apenas 19 das 93 taxas geridas pela Brisa. Já nas Infraestru­turas de Portal, a mudanças de preços chegou a 95 das 500 tarifas de portagem.

Para já, as concession­árias de autoestrad­as contactada­s pelo DN/Dinheiro Vivo não querem avançar com dados sobre o impacto que a taxa de inflação possa ter nos diferentes troços, mas fonte conhecedor­a do processo admite que possa haver mexidas em cerca de um terço.

As portagens são uma receita relevante para as concession­árias e os dados relativos a 2016 indicam que, nesse ano, os automobili­stas pagaram 515,3 milhões de euros à Brisa. O valor traduz um aumento de 7,1% face a 2015 e estima-se nova subida neste ano, pois nos primeiros nove meses o tráfego aumentou 6,5% em termos homólogos. Do lado da Infraestru­turas de Portugal, a receita ascendeu a 340 milhões de euros, contra 316 milhões em 2015.

A taxa de inflação homóloga também deverá ditar aumentos na pontes Vasco da Gama e na 25 de Abril. No caso da Lusoponte (que tem a concessão das duas travessias sobre o Tejo), a proposta de atualizaçã­o tem de chegar ao governo até a 7 de dezembro e é a inflação homóloga sem habitação de setembro que serve de referência: 1,40%.

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Brisa e a Infraestru­turas de Portugal viram as receitas das portagens subir no ano passado; espera-se o mesmo neste ano

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