Diário de Notícias

... E FALHA COMPROMISS­O COM OS PROFESSORE­S

Sociais-democratas avançam com 75 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para o próximo ano

- SUSETE FRANCISCO

Vinculados desde 2011 e docentes à porta dos 5.º e 7.º escalões progridem. Mas executivo mantém que não conta os nove anos congelados e a greve avança.

O PSD quer impor um limite de 1,5% às cativações que o governo pode fazer à despesa orçamentad­a. Esta é uma das 75 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para o próximo ano que os sociais-democratas apresentar­am ontem no Parlamento. Acabar com o chamado “imposto Mortágua” ou reduzir a taxa de IRC são outras das propostas avançadas.

Medidas para “mitigar os efeitos” de um Orçamento que, nas palavras da deputada e ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerqu­e, é um “mau” documento que incorre em “erros clamorosos”. “Estes erros de conceção e de políticas são, no essencial, impossívei­s de alterar. Ainda assim, o PSD entende que há um conjunto de matérias que devem ser objeto de propostas de alteração para mitigar os efeitos mais negativos”, sublinhou a dirigente social-democrata. Maria Luís Albuquerqu­e esteve longe de acompanhar os elogios de Pedro Santana Lopes, em entrevista ao DN neste fim de semana, ao titular da pasta das Finanças, Mário Centeno. “Não fazemos comentário­s sobre candidatos à liderança do PSD, mas a questão das finanças não pode ser avaliada apenas pelos resultados mas também pelas escolhas”, apontou. Travão às cativações Numa matéria que tem merecido críticas tanto à direita como à esquerda, o PSD quer avançar com uma norma-travão para impor que as cativações – incluindo as que são determinad­as em lei de execução orçamental – não possam exceder “nunca 1,5% da despesa efetiva orçamentad­a”. “As cativações deixaram de ser um instrument­o de gestão orçamental para passar a ser um instrument­o de política orçamental”, criticou a deputada. Além do limite às cativações, os sociais-democratas querem também que o Parlamento seja informado com regularida­de da ação do governo nesta matéria. Ou seja, que o executivo fique obrigado a entregar “um mapa com o detalhe numérico e o total das cativações iniciais”. E que a Direção-Geral do Orçamento passe a discrimina­r mensalment­e, na síntese de execução orçamental, as descativaç­ões realizadas.

Os sociais-democratas pretendem ainda uma redução de 12 milhões de euros na despesa dos gabinetes dos membros do governo.

No conjunto das propostas ontem apresentad­as, o PSD quer o fim do adicional ao imposto municipal sobre imóveis, o chamado “imposto Mortágua”. E retoma o “compromiss­o” de um IRC “mais competitiv­o”, propondo “reduzir gradualmen­te a taxa marginal do IRC até ao mínimo de 17%” – 19% no próximo ano e 17% em 2019. Entre as propostas ontem apresentad­as conta-se ainda a revogação da alteração preconizad­a pelo governo quanto ao regime simplifica­do de IRS dos trabalhado­res a recibos verdes. O PSD avança também com medidas na área da coesão territoria­l, abrangendo sobretudo as áreas afetadas pelos incêndios.

O prazo para a entrega de propostas de alteração ao Orçamento do Estado termina na próxima sexta-feira. Com LUSA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal