MP confirma investigação a diretor do FC Porto
Em causa estão as ameaças feitas por Luís Gonçalves ao árbitro Tiago Antunes no Sp. Braga-FC Porto da época passada
JUSTIÇA O Ministério Público (MP) confirmou ontem à agência Lusa a existência de uma investigação em curso sobre factos suscetíveis de configurarem o crime de corrupção no desporto. O processo, que corre no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Braga, foi confirmado em resposta à Lusa, por fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR), quando questionada sobre a investigação ao diretor-geral do FC Porto, Luís Gonçalves, noticiada pelo jornal Correio da Manhã.
“No âmbito deste processo investigam-se factos suscetíveis de integrarem o crime de corrupção no fenómeno desportivo. O inquérito encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está sujeito a segredo de justiça”, referiu a fonte da PGR.
Na edição de ontem, o Correio da Manhã noticiava que estava em curso uma investigação ao dirigente portista por “corrupção ativa na atividade desportiva”, acrescentando que o Ministério Público pediu documentação à Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Segundo o mesmo jornal, os documentos solicitados referem-se ao jogo entre o FC Porto e o Sporting de Braga (1-1), da edição 2016-17 da I Liga, após o qual Luís Gonçalves foi expulso pelo árbitro Hugo Miguel, por palavras dirigidas ao quarto árbitro Tiago Antunes, assim como às classificações dos árbitros. No relatório desse jogo da época passada entre arsenalistas e dragões, redigido por Hugo Miguel, o árbitro deu conta do que Luís Gonçalves disse a Tiago Antunes e que motivaram a sua expulsão: “Nós sabíamos o que vinhas para aqui fazer, nós vamos conversar mais tarde, a tua carreira vai ser curta.”
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Federação Portuguesa de Futebol disse que o organismo não recebeu qualquer notificação sobre o assunto.
O Benfica, entretanto, reagiu à notícia através das redes sociais, falando em “capangas, ameaças a árbitros e dirigentes”: “Não dá para disfarçar mais.”