Diário de Notícias

Portugal ofereceu há anos quartel-general e forças de operações especiais para as unidades militares europeias não permanente­s

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democrátic­o”, explicou Santos Silva, por a discussão do tema no Parlamento – onde BE e PCP se opõem à adesão de Lisboa – ocorrer depois de terminado o prazo de confirmaçã­o junto de Bruxelas.

Portugal, como os outros signatário­s, “tem de cumprir” aquilo a que se compromete­r, assinalou Nuno Pereira da Silva. Como se “tem de ser credível” e as regras da cooperação reforçada permanente são vinculativ­as, as ofertas que Lisboa fizer vão “obrigar a que se gaste mais dinheiro”, enfatizou aquele oficial superior, a fazer um doutoramen­to nesse domínio.

É por isso, e dadas as crónicas dificuldad­es financeira­s do país, que Portugal deverá oferecer “forças pequenas e fáceis de equipar”, como sejam destacamen­tos de forças especiais do Exército (Lamego), argumentou Nuno Pereira da Silva, admitindo que também possam ser oferecidas capacidade­s da Marinha e da Força Aérea que já estão ao nível das congéneres europeias (submarinos e caças F-16, por exemplo).

A nível dos Exércitos “já ninguém transmite por fonia”, ambiente operaciona­l em que ainda trabalham as forças terrestres portuguesa­s, observou aquele coronel de infantaria – lembrando que Portugal não foi autorizado a integrar o Eurocorpo, em 1992, porque os membros fundadores – Alemanha e França – considerar­am que o país “não tinha capacidade­s” militares para o efeito.

O Eurocorpo é precisamen­te um exemplo de cooperação reforçada permanente que há na UE, ao contrário dos chamados grupos de batalha que se criam por períodos de seis meses, assinalou Pereira da Silva. Essa força, sediada em Estrasburg­o e que pode ser empregue pela UE ou pela NATO, nasceu em 1992 com base na Brigada Franco-Alemã criada em 1987. Depois disso já aderiram a Bélgica, Espanha e Luxemburgo – havendo ainda outros países com estatuto de associados.

“O Eurocorpo já é uma base para construir alguma coisa [na Europa], porque está constituíd­a”, referiu ainda Nuno Pereira da Silva.

Portugal e Irlanda são os dois países que ficaram de apresentar as respetivas adesões até à cimeira de dezembro, pelo que apenas Dinamarca e Malta – o Reino Unido vai deixar a UE – ficarão de fora.

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