Dos amores aos vinhos que querem rivalizar com as regiões de Napa ou Toscana
O segundo dia da visita às regiões vinícolas passou pela vinha dos amores, da Casa de Santar, no Dão, e seguiu rumo ao Douro. Na Quinta do Bonfim, a família Symington mostrou os vinhos de mesa que esperam poder rivalizar com as regiões mais famosas do mun
Uma fonte escondida no meio de um bosque acabou apelidada pelos namorados que aí se escondiam dos olhares públicos como fonte dos amores. Foi aí que a Casa de Santar foi buscar o nome de um dos seus vinhos mais importantes. “Muitos momentos da vida estão associados a vinhos e com este nome queríamos mostrar esta ligação à vida das pessoas. Gostaríamos que fosse um nome marcante”, explica Marco Sousa, enólogo da Casa.
Os 103 hectares da vinha, localizados em Nelas, no vale entre as serras do Caramulo e da Estrela, têm sobretudo duas castas: touriga nacional (tinto) e encruzado (branco). A quinta mais emblemática do Dão exporta 50% da sua produção, especialmente para os mercados de Estados Unidos, China, Angola, Alemanha, Canadá e Suíça, enumera o diretor de marketing Rui Correia.
A marca associa-se à TAP e aproveita a Wine Tour, onde participam dezenas de jornalistas e especialistas internacionais, para mostrar em primeira mão os próximos lançamentos: o espumante Santar Touriga Nacional de 2014 e o Paço dos Cunhas de Santar Contador branco, que vai estar disponível antes do Natal.
A Casa de Santar vai embarcar nas rotas da TAP sabendo que é “uma boa opção para a marca”, mas sobretudo “de promoção de Portugal”. “Só trabalhando todos em conjunto, as empresas todas, Portugal se consegue internacionalizar”, acrescenta Rui Correia.
A internacionalização, mas sobretudo ser colocado no mesmo patamar de grandes vinhos de mesa internacionais, é a fasquia para esta linha de produção da família Symington. Produtores de vinhos do Porto há cinco gerações lançaram-se há poucos anos na produção de vinhos de mesa do Douro DOC. “Os vinhos de mesa têm-se mostrado cada vez mais relevantes e acreditamos que nos próximos anos vão rivalizar com os vinhos das regiões de Napa ou Toscana”, antecipa Joe Álvares Ribeiro, CEO da marca.
Entre os vinhos “de classe mundial” encontra-se o Quinta do Vesúvio, que pode ser comprado por cerca de 15 euros, um preço “bastante razoável para a sua qualidade”. A secura e o calor do Douro tornam mais desafiante a produção de vinhos de mesa. Aqui só crescem castas locais como a touriga nacional, touriga franca, roriz ou arinto, entre outras. “A grande dificuldade aqui é saber a que altitude plantar as videiras e quando colher as uvas”, garante Pedro Correia, enólogo chefe. O clima também joga aqui um papel fundamental e sobre o calor deste ano há uma certeza: “Vai ser um ano ótimo para a qualidade do vinho, mas em pouca quantidade”, antecipa.
A aposta nos vinhos de mesa não deixa para trás o vinho que deu origem à produção familiar: o vinho do Porto, que fica dois anos em barris até ser engarrafado para envelhecer. As melhores produções de porto são feitas a partir das vinhas do Douro Superior, mais interior é mais seco. Um dos melhores exemplos é o Dow’s Vintage 1980. “Um ótimo ano, ofuscado pela excelente colheita de 1977”, ressalva Joe Álvares Ribeiro.
Para a marca Sogrape, os vinhos Casa Ferreirinha mantêm-se como a sua maior pérola, dos vinhos brancos aos tintos e passando pelo Porto. As castas são as tradicionais desta região do Douro. Para o enólogo autor do famoso Barca Velha, Luís Sottomayor, o final perfeito para uma refeição é Sandeman Porto tawny 20 anos. “Consegue uma excelente mistura de aromas de vinhos mais jovens com a complexidade dos vinhos mais velhos”, sublinhou. A jornalista viajou a convite da TAP
Os 103 hectares da vinha, localizados em Nelas, no vale entre as serras do Caramulo e da Estrela, têm duas castas: touriga nacional (tinto) e encruzado (branco) As melhores produções de porto são feitas a partir das vinhas do Douro Superior