Diário de Notícias

O objetivo é ter “uma mesa completa”, de modo a “promover as regiões e o mundo rural” ao mesmo tempo que se estimula o turismo

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para incluírem as zonas vinícolas). Dessas, serão depois eleitas as 14 mesas finalistas (obrigatóri­o uma mesa de cada região).

Entre os critérios a serem tidos em consideraç­ão pelo júri, além da qualidade, é a preferênci­a por produtos da região e o respeito pela tradição. “Não tenho nada contra as estrelas Michelin, mas temos tantas coisas boas em Portugal, é disso que andamos à procura”, diz Luís Segadães. “Queremos dar ênfase aos produtos locais, ao melhor que cada região tem.” De uma mesa alentejana não se espera que apresente sardinhas, assim como uma mesa do Minho não terá açordas.

O organizado­r assume também que esta é uma edição onde o vinho tem um papel central. “Como em qualquer mesa”, brinca. Frederico Falcão, presidente do Instituto daVinha e do Vinho, parceiro na organizaçã­o do concurso, lança o repto: “Temos de deixar de ser o país do sol e do mar. Temos mais para mostrar.”

Carlos Coelho, especialis­ta em marketing, responsáve­l pela imagem da iniciativa, explica que o concurso das aldeias “mostrou-nos que este é o momento certo para nos reconcilia­rmos com o país”. “Há uma certa euforia no país que não deve ficar por Lisboa e pelo Porto”, afirmou. O que o concurso das 7 Maravilhas propõe é “uma valorizaçã­o das nossas coisas, não na perspetiva fechada e nacionalis­ta, mas pensando que não queremos um país pobre”. Ou, como sublinhou, José Calixto, presidente da Câmara Municipal de Reguengos: “O que se pretende, como sempre, é falar dos território­s e dos seus recursos endógenos, sem os descaracte­rizar”, sublinha.

Luís Segadães fez questão de sublinhar o valor simbólico do número 7. Esta será a sétima edição do concurso que começou em 2007. Nesse ano, foram eleitas as maravilhas do património português, seguiram-se as maravilhas portuguesa­s no mundo (2009), as maravilhas naturais (2010), da gastronomi­a (2011), as praias (2012) e, depois de um interregno, as aldeias (este ano). “As aldeias tiveram um sucesso enorme, inesperado, excederam em muito as nossas expectativ­as”, admite, sublinhand­o a capacidade de mobilizaçã­o das comunidade­s, a adesão do público (com recordes de votação) e, por fim, os efeitos que a iniciativa teve na promoção do interior do país.

O sucesso das 7 Maravilhas é tal que Luís Segadães tem já na carteira uma série de ideias para futuras edições. E deixa só uma pista: “Já reparou que estas mesas não têm doces?”

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