CTT abre porta à saída de 300 por rescisão ou reforma
Menos 35,9% de lucros até setembro, motivada por quebras no correio postal, levou a empresa a reajustar
Os CTT abriram um processo de rescisão por mútuo acordo e de reformas antecipadas que poderá levar à saída de até 300 pessoas. Os trabalhadores já começaram a ser contactados, mas a empresa não adianta até quando quer ter este processo concluído.
A reestruturação surge depois de os CTT terem registado, até setembro, uma quebra de 35,9% nos lucros, que somaram apenas 31,2 milhões de euros, e anunciado um corte nos dividendos, de 48 para 38 cêntimos. A quebra de tráfico do correio, acima de 7% nos dois últimos trimestres, levou o operador a reduzir as suas estimativas para os próximos trimestres. “Estão já a ser trabalhadas medidas de reajuste da capacidade instalada às reais necessidades operacionais que permitam uma redução relevante de gastos a serem apresentadas até ao final do ano”, avisou.
A primeira medida de reajuste agora conhecida passa pela redução de quadros. “Os CTT, seguindo uma política de respeito pelos seus trabalhadores e após algumas solicitações de reformas antecipadas, comunicaram às estruturas representativas dos trabalhadores que estão disponíveis para, em duas etapas distintas, acolher até cerca de 300 rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas, procurando garantir que essas situações se reflitam mais em áreas de maiores concentrações de trabalhadores e menos em zonas interiores do país. Nos casos elegíveis, os CTT irão propor um pacote de benefícios que inclui o apoio à criação de empresas pelos trabalhadores que aceitarem a proposta de rescisão da empresa, bem como à sua formação profissional.”
Os Correios não revelam se a reorganização irá passar pelo encerramento de balcões. “Os CTT tomarão sempre as decisões que tiverem de tomar em matéria de gestão, mas as primeiras pessoas a conhecê-las serão sempre os colaboradores e os acionistas não o saberão pela comunicação social.”
No final de setembro, os CTT tinham 12 843 trabalhadores, mais 69 (+0,5%) do que em 30 de setembro de 2016, dos quais 11 316 fazem parte dos quadros. A.M.