Diário de Notícias

Vitória na final de 2005

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O Benfica reencontra hoje o V. Setúbal (18.15, Sport TV1) na Taça de Portugal. Uma oportunida­de para as águias vingarem os últimos quatro jogos em que não conseguira­m vencer os sadinos na competição, numa série que começou na temporada 1994-1995, com o antigo jogador brasileiro Sérgio Araújo a ser a grande figura do V. Setúbal, apontando os dois golos do triunfo sobre os encarnados. Ao DN, o antigo avançado recorda esse jogo e avança explicaçõe­s para o sucesso do clube do Sado nos jogos da Taça com o Benfica, destacando o “cresciment­o emocional” da equipa que defendeu durante duas épocas.

“Jogo da Taça contra o Benfica? Nossa, tenho grandes memórias desses jogos. São partidas totalmente diferentes. Se no campeonato temos de analisar todos os pormenores, podendo descansar jogadores num ou noutro jogo e apostar mais forte em encontros com equipas do mesmo nível, na Taça é tudo diferente. O V. Setúbal jogava, e acredito que ainda o faça agora, como um grande. O truque é mesmo esse, ir para cima deles, pois na Taça também somos um grande, a jogar o jogo pelo jogo”, começou por salientar ao DN o antigo internacio­nal brasileiro, não esquecendo esse jogo de 1994-1995.

“Claro que me lembro bem. Comecei no banco e marquei mal entrei (entrou aos 64’ e fez o 1-0 aos 66’). O Benfica tinha grandes jogadores, um monstro na baliza como o belga Preud’homme, jogadores como Edilson, Isaías e João Pinto, que craques que o Benfica tinha! Mas jogámos de igual para igual e vencemos. Marquei depois outro no final do jogo, mas tivemos mais oportunida­des. Foi um grande jogo e vencemos devido a esse cresciment­o emocional que tínhamos nestes jogos”, salientou o brasileiro, que no final dessa temporada, onde apontou apenas seis golos pelos sadinos, regressou ao Brasil.

Para o embate de hoje na Luz, nem o facto de o Benfica jogar em casa leva a que Sérgio Araújo considere que as hipóteses dos sadinos são baixas. O brasileiro tem esperança de que os bons resultados

› O passado recente do V. Setúbal com o Benfica, para a Taça de Portugal, é bastante positivo, com três triunfos consecutiv­os, o último dos quais em 2005, com o triunfo na final do Jamor. Simão Sabrosa ainda colocou as águias na frente, aos 4’, mas Manuel José (26’) e Meyong, em cima na foto a marcar o 2-1, conseguira­m fazer a reviravolt­a. Águias e sadinos defrontara­m-se quatro vezes em finais, com dois triunfos para cada equipa. dos sadinos contra o Benfica na Taça continuem por mais algum tempo, tendo da última vez, em 2005, vencido as águias na final do Jamor, por 2-1, já depois dos duplos triunfos por 2-0 nesse ano de 1995 e posteriorm­ente em 1999.

Sérgio Araújo esteve dois anos ao serviço do V. Setúbal

na década de 90

“É um mata-mata, nenhuma das equipas tem nada a perder, vão suar até à última gota. Esta é a competição dos clubes mais pequenos, é nesta prova que se portam como grandes. Não têm o mesmo nível do plantel de um Benfica, que pode gerir muita qualidade durante um ano, mas para uma só partida terão qualidade para jogar de igual para igual. Por isso, não interessa que seja na Luz. As hipóteses são muitas na mesma e acredito que possam voltar a vencer, aliás, fico a torcer por isso e vou estar atento a notícias sobre esse duelo”, referiu o antigo jogador, que, curiosamen­te, nos cinco jogos que defrontou os encarnados marcou três golos e todos no Bonfim.

“Tive azar na Luz. Com o Benfica até fui feliz, lembro-me bem de ter marcado um golo no primeiro jogo em que os defrontei. O Yekini fez uma grande partida [vitória por 5-2, em 1993, com o nigeriano a apontar dois dos golos] e eu também ajudei. Guardo grandes memórias desses jogos e dessa equipa. Nunca esqueci esses anos que estive em Portugal, mas por questões pessoais tive de regressar ao Brasil”, salientou o agora empresário, não se esquecendo também que nesse ano de 1995 a equipa do Bonfim acabou por ser eliminada nas meias-finais pelo Sporting.

“Essa era outra grande equipa. Figo, Balakov, que grandes jogadores que o Sporting tinha. Não me lembro bem do resultado. 3-0? Foi isso sim, não tivemos hipóteses nesse jogo. Se tivéssemos jogado mais na defensiva, se calhar teria sido diferente, mas, como disse, jogar a Taça é sempre diferente e fomos para cima deles, infelizmen­te não deu resultado”, concluiu. Bruno Varela vai voltar a defender a baliza do Benfica nesta tarde (18.15, SportTV ) diante do Benfica, em jogo da 4.ª eliminatór­ia da Taça de Portugal. É o regresso à titularida­de do guarda-redes de 23 anos, que saiu da equipa após o jogo com o Boavista, no Bessa, a 16 de setembro, devido a um erro que custou a derrota aos encarnados. Este regresso fica a dever-se ao facto de Mile Svilar, com uma gripe, e Júlio César, devido a uma lombalgia, não poderem ser utilizados por Rui Vitória.

De fora fica também o defesa central Rúben Dias, que ontem foi operado no Hospital da Luz devido a uma apendicite aguda. O jogador, que vinha sendo titular ao lado de Luisão, deverá agora ser sujeito a um período de paragem não revelado pelo departamen­to médico, sendo para já uma dúvida tendo em conta o clássico com o FC Porto, no Dragão, marcado para o dia 1 de dezembro.

Na convocatór­ia de 20 jogadores divulgada ontem para a partida com oV. Setúbal, destaque para a estreia do norte-americano Keaton Parks, médio de 20 anos da equipa B recrutado nesta época aoVarzim. Ausentes estão ainda Fejsa e Filipe Augusto, que, segundo Rui Vitória, estão a fazer trabalho de recuperaçã­o física, devido a mazelas recentes.

Rafa Silva e Gabriel Barbosa estão igualmente de volta à convocatór­ia, tendo Rui Vitória explicado a razão de terem estado de fora. “Muitas vezes são questões de oportunida­de, são decisões do treinador. Posso passar este exercício: escolham 11 ou 18 e vão deixar de fora gente com qualidade. Mas ao longo de uma época todos têm oportunida­de de jogar, costumamos dizer que o cavalo passa à porta de toda a gente, depois há quem consiga montar, outras vezes é o treinador que não gosta da forma como o montam”, frisou, mostrando-se ainda satisfeito com a forma como os seus jogadores se têm adaptado às mudanças de sistema do 4x4x2 para o 4x3x3: “O maestro pede uma nota musical e eles dão-na e no nosso caso isso representa a riqueza que temos no plantel.” C.N.

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