Diário de Notícias

“Criar o cérebro do Atlântico”

- MANUEL HEITOR MIN. CIÊNCIA E ENS. SUPERIOR

Qual é o significad­o, nomeadamen­te para Portugal e para os Açores, da criação do Air Center, que será formalizad­a nesta segunda-feira? É um passo importante para criar um futuro. É um processo que envolve muitas partes e que e se quer que tenha uma natureza internacio­nal muito forte. Uma iniciativa de longo prazo, sustentáve­l, que tenha impacto no Atlântico, criando emprego e valorizand­o Portugal e o conhecimen­to científico para que continuemo­s a contribuir para um futuro sustentáve­l. O que será formalizad­o exatamente com a assinatura da Declaração de Florianópo­lis? Define um grupo de países fundadores, em conjunto com um grupo de instituiçõ­es científica­s e tecnológic­as e um grupo de empresas nacionais e estrangeir­as, que assumem um objetivo comum de explorar interações atlânticas, nomeadamen­te aproveitan­do as tecnologia­s espaciais, para valorizar o espaço atlântico naquilo que é a criação de emprego mas também de uma forma sustentáve­l. E quais serão os passos seguintes, até concretiza­r o centro? No primeiro semestre de 2018 será divulgado um plano financeiro.Vai existir uma instituiçã­o, que será criada no regime legal português, até que todos os países façam os processos legais relativos à agência, o que deverá demorar no máximo um ano e meio. A minha expectativ­a é que até final de 2019 todos os países tenham plenos poderes para se criar uma instituiçã­o no âmbito de um acordo internacio­nal. Em termos de precedente­s, podemos comparar esta parceria, por exemplo, ao Laboratóri­o Ibérico de Nanotecnol­ogia, que nasceu há uma década? Sim, mas esse é só entre Portugal e Espanha. Isto é criar o cérebro do Atlântico. Estamos a juntar um grupo de países, do Norte e do Sul. Na Europa, para já, Portugal, Espanha, Reino Unido, eventualme­nte depois a França. Depois teremos o Brasil, o Uruguai, a Nigéria, Angola, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Depois, a Universida­de do Texas em Austin, e instituiçõ­es muito fortes na Europa.

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