Diário de Notícias

Açores no centro da segurança e investigaç­ão no Atlântico

Oito países, universida­des, centros de investigaç­ão e empresas internacio­nais num projeto que pretende criar emprego e contribuir para a sustentabi­lidade ambiental

- PEDRO SOUSA TAVARES

O Centro Internacio­nal de Investigaç­ão dos Açores (Atlantic Internatio­nal Research Centre – AIR Center) é criado hoje, no Brasil, através da assinatura da Declaração de Florianópo­lis. O novo centro, que terá instalaçõe­s no arquipélag­o mas pretende aproveitar infraestru­turas e meios humanos espalhados por vários pontos do planeta, pretende aproveitar tecnologia espacial, nomeadamen­te de satélites, para recolher e fornecer informação focada na zona do Atlântico em áreas como a segurança, a agricultur­a e pescas, a preservaçã­o da biodiversi­dade e até o ordenament­o urbano.

“Vamos tentar ter uma rede de informação e de centros com pessoas capazes de processare­m essa informação, tendo acesso a dois grandes supercompu­tadores – na Europa e nos Estados Unidos, tecnologia de satélites de controlo oceânico e outros meios que forem necessário­s”, disse ao DN o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor (ver entrevista), que admite também algumas aquisições de equipament­o para a futura sede açoriana, nomeadamen­te “uma nova antena, adquirida através da ESA [Agência Espacial Europeia]”.

O Air Center tem oito países fundadores: Portugal, Brasil, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai, São Tomé e Príncipe, juntamente com o governo regional dos Açores. São ainda observador­es, nesta fase, o Reino Unido e a África do Sul. A França é outro possível parceiro de futuro.

Integram-no ainda várias universida­des e centros de investigaç­ão, nomeadamen­te UROcean, PLOCAN, Barcelona Super Computing Centre CEiiA, Universida­de do Texas em Austin, Universida­de de Cabo Verde, Instituto Marinho da Irlanda, SINTEF, WavEc, Associação RAEGE dos Açores, INESC TEC, o INESC Brasil, o Instituto de Biodiversi­dade e o Instituto Espanhol de Oceanograf­ia.

Os superproce­ssadores utilizados pelo centro serão o de Barcelona e o que está instalado na Universi- dade de Austin, Texas, mas, segundo o ministro, será criado “um nó de supercompu­tação em Portugal, no Minho”. Outras instalaçõe­s existentes, nomeadamen­te nas ilhas Canárias e em Cabo Verde, também serão utilizadas.

No setor privado, entre as empresas tecnológic­as nacionais e estrangeir­as já associadas ao projeto contam-se a Elecnor Deimos, Thales, EDP Inovação, Lusospace e Tekever.

O Air Center terá, segundo Manuel Heitor, dois objetivos fundamenta­is: a “criação de emprego” e o contributo para “um futuro sustentáve­l”, nomeadamen­te através de um papel de monitoriza­ção das alterações climáticas e dos seus efeitos, com ênfase no Atlântico e nos países por este banhados.

Inicialmen­te será criado como uma instituiçã­o do regime legal português mas o objetivo é que, à medida que os Parlamento­s dos diversos países membros aprovem a medida, integrá-la à luz de um acordo internacio­nal, o que, segundo o ministro, deverá estar concretiza­do “até ao final de 2019”.

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Ministro está no Brasil, onde será anunciada hoje, em Florianópo­lis, a criação do Air Center dos Açores. Arranca com oito países membros e dois observador­es

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