Diário de Notícias

Diploma do Conselho da Revolução

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› A designação de Unidade Auxiliar de Marinha nasceu em 1981, aprovada pelo Conselho da Revolução, para se atribuir a embarcaçõe­s que, “pelas suas caracterís­ticas ou natureza do serviço a que se destinam”, não devam ser considerad­as como unidades navais daquele ramo militar das Forças Armadas. Muitos dos serviços visavam exercer a autoridade do Estado no mar, tendo o Sistema de Autoridade Marítima nascido em 2002 para adequar o modelo à Constituiç­ão (revista em 1982). Seguiu-se década e meia para a Marinha começar a agir em conformida­de. e esquecendo que isso não lhe dava poder de autoridade sobre os cidadãos fora do estado de sítio – vai alargar-se a “todas as áreas” e mesmo no seio das fragatas e corvetas militares. “Os embarques efetivos dos polícias marítimos nos navios de guerra começarão a acontecer a breve trecho”, assegurou mesmo o porta-voz do ramo.

O Presidente da República, há cerca de um ano, elogiou os agentes da PM porque “contribuem para o cumpriment­o da lei no mar, confirmand­o Portugal como um verdadeiro Estado de direito democrátic­o”. A afirmação de Marcelo Rebelo de Sousa surgiu após o secretário de Estado da Defesa aprovar o diploma que criava a figura do “Almirante AMN” – restringin­do aos militares da Marinha o exercício de um cargo civil que, numa República, é suposto qualquer cidadão poder exercer. Velocidade máxima de 80 km/h A região autónoma da Madeira inaugura assim o novo modelo de exercício da lei no mar sob jurisdição portuguesa. No no verão de 2016, foi inaugurado o posto da PM nas ilhas Selvagens, a cerca de 250 quilómetro­s do Funchal e junto às quais é grande a presença de embarcaçõe­s estrangeir­as – além de as suas águas territoria­is costumarem ser alvo de disputa jurídica com Espanha.

A futura UAM 697 (número de amura), com nome de batismo Madeira e o símbolo da PM – uma estrela de seis pontas – no convés, é uma embarcação de casco rí-gido com 18 metros de compriment­o e uma velocidade máxima superior a 42 nós (cerca de 80 km/ /hora).

Com uma guarnição de quatro militares – comandante, sargento maquinista, duas praças – e limite máximo de 15 pessoas a bordo, tendo autonomia para ligar Lisboa ao Funchal com 3500 litros de combustíve­l a bordo, a lancha vai ser objeto de uma cerimónia oficial no início de 2018 para assinalar a entrada dessa UAM no efetivo naval da Marinha e subsequent­e atribuição à PM.

“É o primeiro marco de uma embarcação verdadeira­mente ao serviço da AMN, operada com recursos humanos capacitado­s para operar em alto-mar e apoiada pela cadeia logístico-administra­tiva da Marinha, que permitirá potenciar a sustentaçã­o da embarcação e maximizar o seu emprego operaciona­l”, enfatizou ao DN o comandante Coelho Dias.

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