Responsáveis garantem que está a ser reorganizada “a oferta de cuidados” nesta unidade de cuidados de saúde personalizados
Questionada pelo DN, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo frisa que dos 30 mil utentes pertencentes à Unidade de Cuidados de Saúde Permanentes de Corroios são 9800 os atingidos por esta medida e confirma que na “área de saúde do adulto ou da doença aguda o atendimento de utentes sem médico de família é feito com recurso a médicos contratados em regime de outsourcing”.
Explica que o agrupamento a que pertence Corroios tem “120 horas semanas contratualizadas com médicos prestadores de serviços”, mas que estas são “utilizadas para cobertura de dois atendimentos complementares concelhios de Almada e Seixal aos fins de semana e feriados e em duas UCSP, as que se consideram mais carenciadas de recursos. A UCSP de Corroios é uma delas”.
Reconhece, todavia, que é necessário alterar a forma como o atendimento aos utentes está a ser efetuado. “Por não completar suficientemente as necessidades em saúde ao nível da Medicina Geral de Familiar, o ACES de Almada-Seixal está a reorganizar a oferta de cuidados, direcionando as horas dos médicos da UCSP de Corroios destinadas originalmente aos grupos vulneráveis, também para a doença aguda dos utentes sem médico de família atribuído”, explicou na resposta por escrito enviada ao DN. O certo é que a experiência da Comissão de Utentes não mostra que esta situação seja real. “Disseram-nos que a principal situação foi direcionar as horas disponíveis para assegurar a urgência ao fim de semana, para que não haja falhas. Estão a consignar o maior número de horas disponíveis para ali e só depois para os centros de saúde”, garante José Lourenço.
A Administração Regional de Saúde termina a resposta com uma garantia: “De forma a ultrapassar eficazmente as falhas assistenciais observadas, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo projeta a construção de um novo edifício que possa receber duas Unidades de Saúde Familiares e deste modo garantir cuidados de saúde primários à população de Corroios.” Uma promessa que a comissão de utentes de espera ver cumprida porque, lembra José Lourenço “as instalações atuais são deficitárias e já foi assinada a construção de um novo”. Dúvidas sobre futuro hospital A esta questão da falta de médicos em Corroios junta-se as dúvidas sobre o prometido hospital do Seixal. Depois de em fevereiro o governo se ter comprometido com a abertura do concurso público no primeiro semestre e de em junho o primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado o desenvolvimento do processo de construção da unidade, a comissão de utentes diz ter verificado que na proposta de Orçamento do Estado para 2018 não está consignada nenhuma verba para a execução da obra, o que pode pôr em risco a sua inauguração até ao final de 2019 como estava previsto.