A partir de hoje podem fazer- se transferências bancárias imediatas e, em alguns casos, grátis para o resto da Europa em oito países. Em Portugal só no segundo trimestre de 2018
As transferências bancárias imediatas e mais baratas para países europeus apenas chegarão a Portugal no próximo ano. Isto apesar de haver quase 600 entidades financeiras em oito países europeus, entre os quais Espanha, que possibilitarão fazer esse tipo de transferências a partir de hoje. Em Portugal “esta solução estará disponível a partir do segundo trimestre de 2018”, afirma fonte oficial do Banco de Portugal ao DN/ Dinheiro Vivo.
Portugal parte atrasado já que, segundo o Conselho Europeu de Pagamentos, a partir de hoje será possível fazer transferências instantâneas para outros países europeus na Áustria, Estónia, Alemanha, Itália, Letónia, Lituânia, Holanda e Espanha. No total destes países existem 585 entidades que disponibilizarão esse tipo de serviço. Portugal, avança o Banco de Portugal, ainda está na fase de “dotar o mercado nacional de uma solução de pagamentos imediatos compatível com os requisitos pan- europeus”. Fonte do supervisor financeiro explica que “os agentes nacionais encontram- se a desenvolver uma nova solução que assegure a interoperabilidade com os outros processadores europeus”.
As transferências e pagamentos instantâneos serão feitos para países da Área Única de Pagamentos em Euros ( SEPA), que engloba os 28 países da União Europeia, mais países como a Suíça ou a Noruega. E surgem após a decisão do Banco Central Europeu ( BCE) de aprofundar a integração na área do euro. Haverá duas alternativas que os bancos poderão utilizar para processar pagamentos imediatos, sendo que a adesão é recomendada, mas não obrigatória.
Uma das soluções é “a utilização da solução de mercado desenvolvida pelas câmaras de compensação europeias”, que arranca hoje. “Em Portugal prevê- se o seu arranque no segundo trimestre de 2018”, indica o Banco de Portugal. A outra, explica a mesma fonte, é a o Target TIPS ( Instant Payment Settlement), uma “solução que garante a plena interoperabilidade e acessibilidade de todos os prestadores de ser-
Em Portugal ainda se prepara a solução técnica para permitir as transferências automáticas viços de pagamento europeus”. Esta alternativa apenas ficará disponível na Europa a partir de novembro de 2018. Transferências mais baratas Nas transferências instantâneas, o tempo para os fundos ficarem disponibilizados na conta do beneficiário é de dez segundos. Numa fase inicial, o valor máximo por transação é de 15 mil euros. As transferências poderão ser feitas 24 horas por dia, 365 dias por ano, a partir do computador ou do telemóvel. Atualmente, o processo de movimentar fundos para contas de outros países europeus demora no mínimo 24 horas e, em alguns casos, se a ordem for dada pouco antes de um fim de semana, pode chegar a demorar até quatro dias.
Além de imediatas, as transferências bancárias terão um custo bem menor e poderão mesmo ser gratuitas. O BCE explicou que no caso do Target TIPS “o serviço será desenvolvido em cooperação estreita com o setor bancário europeu e será disponibilizado aos bancos a um preço máximo de 0,20 cêntimos de euro por pagamento, pelo menos durante os dois primeiros anos de funcionamento”.
Segundo a imprensa espanhola, os bancos do país vizinho não deverão passar este custo para os clientes, disponibilizando as transferências para outros países de forma gratuita. E as expectativas são de que, regra geral, as entidades financeiras europeias não cobrem por este tipo de serviços.
Contactada, a Associação Portuguesa de Bancos ( APB) preferiu, nesta fase, não fazer comentários sobre se as transferências imediatas terão algum tipo de custo para os clientes em Portugal. A associação também não revelou se a generalidade dos bancos portugueses passará a disponibilizar esta solução a partir do segundo trimestre do próximo ano. HORÁRIOS Comissão de trabalhadores e administração chegaram ontem a um pré- acordo sobre os horários de trabalho A Autoeuropa já chegou a préacordo com os trabalhadores para os horários que vão garantir a produção do novo modelo T- ROC em Palmela. Quase quatro meses depois do início do braço- de- ferro que chegou a resultar em greve, a empresa e trabalhadores chegaram ontem a um entendimento, que institui dois tipos de horário e que garantirão a laboração contínua da fábrica, tal como o exigido pela empresa para assegurar o volume de encomendas do novo SUV.
“A Volkswagen Autoeuropa espera que este acordo defenda a empregabilidade da fábrica e consiga cumprir com o elevado volume de encomendas previstas para o ano”, disse ao DN/ Dinheiro Vivo, fonte oficial da empresa.
O novo modelo vai duplicar a produção da fábrica de Palmela, que passará a fabricar mais de 200 mil carros no próximo ano. Mas para isso os horários também serão mais exigentes. A empresa propôs há vários meses que a fábrica funcione seis dias por semana, com os funcionários a laborarem cinco dias por semana, tendo direito a uma folga fixa, ao domingo, e folga rotativa a meio da semana. Só de três em três semanas teriam direito a dois dias de descanso conse - cutivos. Em compensação, os trabalhadores teriam um pagamento adicional de 175 euros brutos para produzirem ao sábado – que conta como quinto dia de trabalho –, mais um dia de férias e ainda mais 25% do subsídio de turno.
O novo acordo resultante de uma negociação com a nova comissão de trabalhadores, liderada por Fernando Gonçalves, é diferente, prevendo a implementação de dois tipos de horários: um que irá vigorar de fevereiro a julho do próximo ano e outro que já inclui a laboração contínua da fábrica de automóveis de Palmela depois do habitual período de férias dos trabalhadores.
Este princípio de acordo ainda terá de ser sufragado pelos tra - balhadores, mas já foi subscrito pelos 11 elementos das diferentes listas que concorreram ao último ato eleitoral. A Autoeuropa remete mais esclarecimentos para hoje.