João Lourenço exonera chefes da polícia e da secreta militar
Responsáveis foram confirmados em setembro por Eduardo dos Santos. País continua na cauda da boa governação em África
ANGOLA O presidente angolano exonerou ontem o comandante- geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, e o chefe da secreta militar, general António José Maria, nomeando, respetivamente, o comissário- geral Alfredo Mingas e o general Apolinário José Pereira. A informação foi divulgada pela casa civil do presidente em comunicado à imprensa. Ainda ontem, o inspetor- geral da Administração do Estado, Joaquim Mande, apresentou a demissão.
Dias antes da tomada de posse de João Lourenço, a 26 de setembro, Mande publicara um despacho a determinar o arquivamento de todas as investigações a nível central entre 2013 e 2017.
O general António José Maria, tido como próximo de Eduardo dos Santos, foi nomeado para a liderança da secreta militar em 2009. Por seu turno, o comissário- geral Ambrósio de Lemos foi nomeado comandante- geral da Polícia Nacional de Angola em 2006.
A 11 de setembro, a dias de deixar o poder, Eduardo dos Santos assinou um decreto a determinar para o mesmo dia o início do mandato de chefias que já estavam em funções, excetuando o chefe do Estado- Maior- General das FAA e adjuntos, bem como os comandantes dos ramos das Forças Armadas. A oposição considerou que o presidente tentava condicionar o sucessor.
Noutro plano, o índice de boa governação em África para 2017, da Fundação Bo Ibrahim, ontem divulgado, mantém Angola em 45. º lugar num total de 54 Estados. Continua assim no grupo de países com pior avaliação, entre os quais a Eritreia, a Somália e o Sudão do Sul.