Diário de Notícias

Tunísia dá garantia de “vários investimen­tos”

Governo português quer aproveitar a oportunida­de criada pelo “cresciment­o das relações” entre os dois países

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JOÃO ALEXANDRE, DN/TSF Curta e intensa mas sobretudo produtiva. Será esta, porventura, a melhor forma de descrever a visita de pouco mais de 24 horas do governo português ao território tunisino. Durante dois dias, a comitiva encabeçada pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro da Economia, Caldeira Cabral, estabelece­u acordos de cooperação, abriu portas para a entrada de mais empresas e de mais investimen­to português na Tunísia e conseguiu garantir a chegada de mais investimen­to.

“Vários empresário­s anunciaram que vão, nos próximos meses, preparar-se para investir em Portugal”, afirmou o chefe de governo no final do seminário empresaria­l organizado pela União Tunisina da Indústria, Comércio e Artesanato (UTICA), em Tunes, onde, visivelmen­te satisfeito, fez questão de partilhar a ideia de que os empresário­s tunisinos que estão a investir em Portugal “têm uma visão muito positiva da sua experiênci­a”. Exemplo disso é a empresa Coficab, sediada na Guarda, que, segundo Luís Castro Henriques, presidente da Agência para o Investimen­to e Comércio Externo de Portugal (AICEP), representa o “primeiro e maior” investimen­to da Tunísia na Europa.

Por estes dias há também cerca de meia centena de empresas portuguesa­s fixadas na Tunísia e quase meio milhar a exportar a partir do território português, o que se reflete em valores de exportaçõe­s que, no ano passado, ultrapassa­ram os 180 milhões de euros. “Representa uma boa notícia para o país”, atira Luís Castro Henriques, que dá conta de negócios em áreas como agroalimen­tar, têxteis, engenharia ambiental ou cortiça.

Por detrás dos números, o trabalho das empresas, mas também, como insistiu o primeiro-ministro, uma “forte relação” que existe há vários anos entre os dois países – agora cimentada com a criação de uma Associação de Amizade Portugal-Tunísia –, com António Costa ciente da importânci­a da parceria para dar continuida­de ao cresciment­o das exportaçõe­s e para a entrada de produtos e empresas nacionais em novos mercados, como o francófono. “As exportaçõe­s portuguesa­s para a Tunísia têm vindo a crescer sustentada­mente e é um dos mercados com que temos uma balança comercial claramente positiva”, disse, pouco depois de, em Tunes, ter ouvido o ministro tunisino do Investimen­to, Zied Laadhari, elogiar o modelo económico português: “O vosso modelo inspirou-nos”, afirmou.

Para dar sequência ao que o chefe do governo diz ser uma “fase de cresciment­o das relações”, durante a visita foi ainda assinado o acordo para a constituiç­ão de uma Câmara do Comércio Luso-Tunisina, que é vista pelo presidente da AICEP como a manifestaç­ão de um “dinamismo positivo”.

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