Portugueses valorizam trabalho em equipa na escola
Estudo da OCDE mostra que Portugal está em 24.º lugar no que respeita à capacidade de resolver problemas em equipa
EDUCAÇÃO Os alunos portugueses são quem mais valoriza os trabalhos em grupo, mas a sua capacidade para resolver problemas em conjunto coloca Portugal a meio de uma tabela de 52 países, revela um relatório da OCDE. Ao comparar cerca de 125 mil alunos de 52 países, os portugueses surgem em 24.º lugar no que respeita à capacidade de resolver problemas em equipa, segundo o relatório PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) sobre “Resolução colaborativa de problemas”, divulgado hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
Com uma pontuação de 498 pontos, Portugal integra assim um grupo de oito países cujos resultados não diferem significativamente da média da OCDE, de acordo com os resultados das respostas dadas em 2015 por alunos de 15 anos de 32 países da OCDE e de 20 países parceiros em economia. Curiosamente, os desempenhos dos alunos portugueses na resolução de problemas em grupo são inferiores aos registados nos testes de leitura, matemática e ciências, que são feitos individualmente.
O estudo do PISA revela que os portugueses são os que mais valorizam as relações interpessoais, dizendo que preferem trabalhar em equipa a trabalhar sozinhos, além de se considerarem bons ouvintes e dizerem ter em conta o interesse dos colegas. Os portugueses são também os que mais gostam de assistir ao sucesso dos colegas, os que têm em conta o que interessa aos outros e os que acham que as equipas tomam melhores decisões do que as pessoas individualmente. Estas atitudes, lê-se no estudo, “podem ter sido moldadas por fatores culturais que existem para além dos muros das escolas e os decisores políticos devem ter em conta que não foram escritas na pedra”.
Em comunicado, o gabinete do Ministério da Educação defende que “os resultados do estudo sustentam de forma clara a continuidade e o alargamento de medidas estruturais”, sublinhando também “o relevo especial que a intervenção dos pais e da comunidade alargada assume neste âmbito”. Lusa