Diário de Notícias

Câmaras municipais já começam a oferecer os livros até ao 12.º

Com a oferta de livros pelo ministério, muitas autarquias aproveitar­am para alargar os seus próprios planos. Mas ainda há exceções

-

APOIOS Muitas câmaras municipais já ofereciam manuais escolares e outros recursos educativos a estudantes dos seus concelhos. Mas desde que o Ministério da Educação começou a oferecer manuais, em 2016 – então apenas ao 1.º ano de escolarida­de –, dezenas de autarquias alargaram as suas ofertas ou passaram também a incorporá-las nos seus planos municipais de ação social. Atualmente já existem municípios a oferecer livros do ensino secundário.

Ainda neste ano letivo, a Câmara Municipal de Lisboa – que já tinha decidido compartici­par as fichas de exercício que acompanham os manuais do 1.º ciclo, num investimen­to de quinze euros por aluno – decidiu alargar a oferta dos manuais aos 2.º e 3.º ciclos, no âmbito de um acordo celebrado entre o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda. A medida, explicou em novembro o vereador do Bloco Ricardo Robles, terá um custo de cinco milhões de euros, abrangendo um total de 25 mil alunos da cidade.

Como a decisão foi tomada já com o ano letivo em curso, a opção da câmara foi fazer um reembolso perante a apresentaç­ão da fatura.

No próximo ano, altura em que a oferta por parte do Ministério da Educação passará a contemplar o 2.º ciclo de escolarida­de, a Câmara Municipal de Lisboa promete dar outro passo em frente , alargando a gratuitida­de aos estudantes do ensino secundário.

A Câmara Municipal de Gaia – que também já oferecia as fichas de exercícios do 1.º ciclo e manuais de duas disciplina­s dos 2.º e 3.º ciclos – avançou já este ano para a oferta de manuais aos alunos do ensino secundário, ainda que de forma progressiv­a. Para já, foram abrangidos 28 mil estudantes do concelho, num investimen­to de cerca de 1,5 milhões de euros, mas a intenção da autarquia é de progressiv­amente chegar à universali­dade da oferta dos livros.

Estes exemplos, a que se juntam muitos outros, contrastam com a realidade existente há cinco anos, em que apenas cerca de um quarto dos municípios – de acordo com uma amostra recolhida na altura pela agência Lusa – complement­avam a ação social escolar.

Apesar deste impulso, continuam a existir autarquias a resistir a acrescenta­r estas despesas aos seus orçamentos. Em Loures, o executivo da CDU rejeitou recentemen­te uma proposta do Bloco de Esquerda que visava garantir a gratuitida­de dos manuais para todos os alunos inscritos em escolas do concelho, até 2020, começando pelos livros dos alunos até ao 3.º ciclo em 2018-19 e alargando a oferta ao secundário no ano seguinte.

Curiosamen­te, na Assembleia da República, a mesma CDU conseguiu convencer o PS a aprovar a inscrição no Orçamento do Estado de 2018 dos manuais gratuitos até ao 2.º ciclo. P.S.T.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal