Feiras de negócios cresceram a dois dígitos em 2017
Exposições. Feira Internacional de Lisboa, Exponor e ExpoSalão registam aumento de visitantes e de expositores e cada vez há mais estrangeiros. A tendência mantém-se para 2018
Depois de a crise ter cancelado feiras de negócios em Portugal, 2017 trouxe uma nova dinâmica ao setor: a Feira Internacional de Lisboa (FIL) e a ExpoSalão contabilizam crescimentos de 30% em expositores e em área, e a Exponor calcula um aumento de 12% nos eventos deste ano, depois de ter registado uma subida de 30% na últimas duas edições da maior feira que organiza, a EMAF, dedicada a máquinas e a equipamentos para a indústria. Para 2018, as expectativas são de novo crescimento e já há parcerias para realizar a sul feiras do Norte do país e vice-versa.
O cenário de crescimento das feiras de negócios em 2017 é mais notório na capital. Nos últimos dois anos houve novas feiras em áreas tão diversas como sustentabilidade, caso da Green Business Week, agricultura e pecuária, com a Portugal Agro, na economia do mar, Ocean’s Business Week, economia social (Portugal Economia Social), audiovisuais (Expo Sync), jogos e videojogos (Lisboa Games Week) ou cultura vintage (Vintage Festival). Os dois espaços geridos pela Fundação AIP – a Feira Internacional de Lisboa (FIL) e Centro Cultural de Lisboa – “têm subido consistentemente a sua taxa de ocupação, pois os congressos e outras iniciativas de terceiros têm também registado uma subida significativa”, confirma ao DN/DinheiroVivo fonte da direção da Lisboa – Feiras, Congressos e Eventos, calculando um volume de negócios de 25 milhões de euros neste ano só em organização de feiras.
“As feiras profissionais cresceram a um ritmo médio de 30%”, diz, e “em 2018 vão continuar a crescer pelo menos a um ritmo de 20%”, mesmo ficando de fora destas contas eventos como a Web Summit. Os setores da construção e imobiliário, o turismo, o entretenimento, o lazer e as novas tecnologias estão entre os que deverão registar “crescimentos significativos”.
A Bolsa de Turismo de Lisboa é uma das maiores feiras da Fundação AIP. Não havendo ainda qualquer feira dedicada apenas ao setor hoteleiro, a ExpoSalão viu a oportunidade e lançou-se neste ano, em parceria com a gestora dos espaços de Lisboa, na criação da Decor Hotel. “Decorreu com grande êxito no Centro de Congressos de Lisboa, reunindo 170 expositores, em representação de mais de 300 marcas do setor hoteleiro, e atraiu 5500 visitantes. Um número impressionante para uma primeira edição”, destaca José Frazão, diretor-geral da ExpoSalão. “Tem reunidas as condições para se repetir e até crescer em 2018.” Segundo José Frazão, “durante o ano de 2017, a ExpoSalão registou um crescimento na ordem dos 30%”, um “aumento justificado, em parte, com a recente aposta em levar algumas das feiras para Lisboa”. Para o ano, a aposta é que haja algum crescimento mais a norte. A única feira do expositor da Batalha que se destina ao público vai crescer para Matosinhos e a estratégia permitirá à Expomoto “ganhar dimensão internacional, quer no número de visitas quer na quantidade de expositores”.
No entanto, 2017 não foi o ano mais forte da Exponor, dado que a maior feira que organiza, a EMAF, teve um crescimento de 40% em 2014 e de 30% em 2016 e só poderá impulsionar os números em 2018. Ainda na Exponor, a Maquitex e a Maquishoes (Máquinas, Têxteis e Calçado) tiveram o dobro da área da edição anterior e a Qualifica, a Ceranor e o Salão Auto registaram crescimentos de 11% a 12%. Nos últimos anos, a expansão deu-se em espaços da Fundação AIP.
Em 2011 organizou-se em Lisboa a primeira edição da In Beauty (uma versão da feira profissional Expocosmética) destinada ao público, que se notabilizou por “esgotar o espaço do Meo Arena” devido à afluência. “Estamos a analisar a possibilidade de avançar para um espaço maior porque temos uma grande lista de espera também para expositores”, revelou a diretora da feira, Carla Maia. Há dois anos, a Exponor juntou a experiência e os clientes da Ceranor e da Interdecoração e passou a realizar a Homeing, no Convento do Beato, apontando ao segmento premium de decoração de interiores. Na 3.ª edição do evento, a feira começou a receber pedidos de visitantes internacionais e deixou expositores em lista de espera. “A nível de expositores não vamos crescer, a ideia é manter a exclusividade do evento”, explicou Filipe Gomes, diretor da Homeing.
“As feiras fora ainda têm um peso leve no nosso volume de negócios, de 12% a 15%”, adianta Diogo Barbosa, diretor-geral da Exponor, rejeitando a ideia de “invasão” do espaço dominado pela Fundação AIP. As feiras organizadas pela Exponor fora de portas “são feiras cujo cluster ainda não tem representação local de relevo”, apontou, adiantando que o volume de negócios das feiras da Exponor se situa entre os 5 e os 7 milhões de euros, consoante seja ou não ano de EMAF.