Campanha no PSD contra o amorfo e a esquerda
Diretas. Tanto Rui Rio como Santana Lopes fazem um balanço positivo da campanha e acreditam na vitória
A cerca de um mês da eleição do novo presidente do PSD, uma coisa une os dois candidatos à liderança do maior partido da oposição: tanto Rui Rio como Santana Lopes fazem um balanço positivo da campanha e acreditam que vão ganhar.
A campanha “corre bem porque tenho muitos apoiantes, do ponto de vista do partido corre bem porque vêm muitas pessoas às salas, [mas] admito que ao meu adversário também vão”, afirmou Rui Rio em declarações à Lusa, sublinhando: “Só posso fazer um balanço positivo.” “Para ser sincero, acho que vou ganhar. Por aquilo que eu tenho visto, francamente acho que sim (...) mas certeza vou ter no dia 13 de janeiro.” Para o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto, “estas eleições diretas para o PSD estão a ser muito positivas porque o partido estava um bocado amorfo, acabou de sair de umas eleições autárquicas com um resultado muito mau, que sucederam a umas outras que também já tinham sido muito más, teve até aqui muita perda de militantes, que agora aparentemente está a recuperar”.
Já Pedro Santana Lopes diz sentir “uma onda de vitória” e promete concentrar a reta final da campanha na afirmação de uma “alternativa à frente de esquerda”. “O PPD-PSD não volta ao poder sem eleições, esta coligação está a degradar-se, o estado de graça acabou e há condições, infelizmente, para que a legislatura não chegue ao fim. O meu principal trabalho é afirmar a alternativa a esta frente de esquerda”, disse o ex-provedor da Santa Casa, reconhecendo que as eleições diretas têm uma componente de “voto livre” difícil de medir. “Com humildade e sem fanfarronice”, Santana Lopes está convencido de que será o próximo presidente do PSD por sentir “uma onda muito viva, uma onda de vitória”.
Santana Lopes salientou que já percorreu “quase 30 mil quilómetros” desde que se apresentou como candidato aos militantes, a 22 de outubro, e adiantou que no último mês de campanha irá concentrar-se nos concelhos e localidades com mais eleitores. Nesta fase, Santana Lopes promete focar a sua mensagem mais no primeiro-ministro, António Costa, do que no seu adversário interno.
Rui Rio, por seu lado, aponta que poderá “eventualmente, como tem acontecido, fazer um comentário ou outro a situações da política nacional”, durante o tempo de campanha que resta, mas defende que “não se deve eleger um presidente do partido por aquilo que foi o comentário dele a uma situação conjuntural durante a campanha”. “Deve eleger-se o presidente do partido por aquilo que são as suas ideias, pela firmeza das suas convicções”, defendeu, acrescentando que não vai mudar a mensagem que tem transmitido aos sociais-democratas. “As mensagens que vou deixando não vão variar muito porque são as minhas convicções e as minhas ideias. Podem é ser apresentadas de uma forma diferente, com outras palavras, mas as ideias não deixam de ser sempre as mesmas”, referiu.
Depois de o ainda presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, ter anunciado em 3 de outubro que não se recandidatava, foram precisos dez dias para que o partido tivesse dois candidatos à liderança. As eleições diretas realizam-se a 13 de janeiro e o congresso entre 16 e 18 de fevereiro, em Lisboa. LUSA