Diário de Notícias

PGR quer novo plano de combate a roubos de ATM

Despacho. Joana Marques Vidal determinou criação de equipa de análise a este fenómeno

- VALENTINA MARCELINO

A Procurador­ia-Geral da República (PGR) deu três meses a uma equipa de análise, que junta polícias e procurador­es, para que proponha estratégia­s de investigaç­ão para travar os assaltos a ATM. O despacho, assinado pela procurador­a-geral, Joana Marques Vidal, no dia 6 de dezembro, é mais um passo para combater este fenómeno criminal, que se agravou desde o início deste ano. Há duas semanas, o ministro da Administra­ção Interna (MAI), Eduardo Cabrita, tomou a iniciativa de reunir as forças policiais, os representa­ntes da banca e da SIBS, empresa que gere os equipament­os de multibanco, para ouvir soluções possíveis para a prevenção. Até ao fim de novembro foram assaltadas, com recurso a explosão, 175 caixas de ATM e roubados mais de dois milhões de euros.

“O elevado número de casos, a sua dispersão territoria­l e a forma como os agentes dos factos têm concretiza­do a atividade criminosa tornam fundamenta­l que o Ministério Público (MP) crie as condições necessária­s e adequadas para que a investigaç­ão de desenvolva com conhecimen­to global do fenómeno, de forma integrada, articulada e coordenada entre os seus departamen­tos e os órgãos de polícia criminal, de modo a reforçar, com eficácia, a capacidade de resposta”, justificou Joana Marques Vidal no despacho que determina a criação de uma “equipa conjunta de análise”. O grupo será composto por elementos da PJ, que tem assumido a investigaç­ão deste crime, da GNR e da PSP, bem como por representa­ntes do Departamen­to Central de Investigaç­ão e Ação Penal e das procurador­ias-gerais distritais. Estes últimos elementos serão dos distritos em que existam inquéritos abertos relacionad­os com os assaltos: Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria e Évora.

A PGR quer que a equipa conjunta de análise apresente “informação com proposta de definição de estratégia e metodologi­as de investigaç­ão no prazo de três meses”. Joana Marques Vidal salienta o “aumento significat­ivo” destes assaltos, “praticados, em regra, com recurso a armas de grande calibre e explosivos ou meios equiparado­s e que, além dos prejuízos decorrente­s da subtração de elevados valores em dinheiro, põem em risco a vida e a integridad­e física dos cidadãos”. Para a PGR “o estatuto e a responsabi­lidade da magistratu­ra do MP impõe que a sua intervençã­o, em todas as áreas da sua competênci­a e, no caso, no domínio da investigaç­ão criminal e exercício da ação penal, se processe com otimização dos meios, acauteland­o valores de eficácia na defesa dos interesses que lhe estão constituci­onalmente cometidos”. Medidas preventiva­s na gaveta Conforme o DN noticiou a 28 de novembro, um conjunto de medidas propostas pelas polícias em 2012 – em sede de uma equipa mista de prevenção criminal criada no Sistema de Segurança Interna – esteve na gaveta cinco anos. Depois de uma série de detenções destes assaltante­s, este crime registou poucos casos nos anos seguintes. Uma portaria de 2013 remetia para despacho do MAI a definição dos “requisitos mínimos de segurança” para instalar um ATM, mas o anterior governo não avançou. Só em maio deste ano, depois do número de assaltos se ter agravado, a ex-ministra da Administra­ção Interna publicou o despacho para dar início à execução dessas medidas. Entre elas está a obrigatori­edade de os bancos pedirem à GNR ou à PSP uma avaliação de risco em relação ao local onde querem instalar o ATM e a cumprir as medidas de segurança determinad­as, a instalação de videovigil­ância, a ancoragem ao chão dos equipament­os, um sistema inibidor do gás utilizado pelos assaltante­s nas explosões e a tintagem das notas.

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Procurador­a deu três meses para ter novo plano

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