Ventiláqua inova no tratamento de águas
O tratamento de águas residuais é a área de especialização da Ventiláqua. A utilização de tecnologias inovadoras, mesmo a nível internacional, carimbou-lhe o passaporte para vários pontos do globo. Hoje, a empresa de Coimbra é líder em vários países no segmento da esterilização das águas residuais hospitalares e exporta o seu know-how para mais de 40 países nos cinco continentes.
“A inovação, a sustentabilidade ambiental e a economia circular não são para nós uma moda recente, mas uma preocupação desde há 20 anos”, diz o CEO da empresa de Coimbra, Carlos Oliveira. A Ventiláqua foi distinguida com o Prémio Millennium Horizontes na categoria Microempresa.
Apesar da pequena dimensão, a empresa tem registado taxas de crescimento significativas – 40% neste ano – e espera atingir um volume de negócios de 2,5 milhões de euros. Para o próximo ano, as expectativas são ainda mais ambiciosas, com o presidente da empresa a antecipar uma faturação entre os quatro e os cinco milhões de euros.
Os seus negócios são quase exclusivamente realizados nos mercados externos.
Uma situação que Carlos Oliveira explica de forma desassombrada: “Portugal é um mercado de dez milhões, nós trabalhamos para um mercado de mil milhões.”
Segundo aquele responsável, o maior mercado é a França, desde o início, onde a empresa assume uma posição de liderança no tratamento de águas residuais de hospitais e laboratórios clínicos e na reconfiguração das respetivas redes de esgoto.
Mas a Ventiláqua explora igualmente e com sucesso os mercados dos países do Golfo, como os Emirados Árabes Unidos e também Marrocos, onde ocupa posições de destaque só para citar alguns exemplos.
Nascida em 1997, a empresa estreou-se com as primeiras ETAR dos setores das cortiças e das madeiras para mobiliário. “Já na altura criámos modelos e formas de tratamento e reutilização da água em condições que permitem à indústria poupar dinheiro, além do cumprimento das exigências ambientais.”
Uma das inovações mais requisitadas da Ventiláquia radica no desenvolvimento de uma tecnologia de oxidação avançada por via de eletrocoagulação. Como explicou Carlos Oliveira, em causa está tratar a água de um modo que permite remover componentes que as outras tecnologias tradicionais não conseguem remover. Isto resulta numa capacidade de tratamento muito superior que permite poupar muito dinheiro, porque reduz substancialmente os custos de utilização.
A Ventiláquia opera em três áreas de negócio, tendo uma unidade para cada uma delas: a Blue, para as águas residuais industriais, a White, especializada na esterilização das águas hospitalares, e a Red, vocacionada para as energias renováveis. O segmento hospitalar assume uma relevância muito importante na medida em que entra
“O que nos diferencia é a capacidade de produzir plásticos de elevada resistência à temperatura”
JOÃO CORTEZ
CEO DA CELOPLÁS “A nossa estratégia tem passado mais por criar parcerias do que concorrer com empresas muito semelhantes”
ANTÓNIO POÇAS
CEO DA INCENTEA Uma das inovações é a oxidação avançada das água por eletrocoagulação, que permite um nível de tratamento mais profundo “Portugal é um mercado de dez milhões, nós estamos a trabalhar para um mercado de mil milhões”
CARLOS OLIVEIRA
CEO DA VENTILÁQUA “Estamos muito interessados na inteligência artificial e desenvolvemos um sistema “visão máquina”
NUNO FLORES
DIRETOR -GERAL DA INTROSYS
na proteção da saúde pública: em causa estão águas que, se não forem devidamente tratadas, são uma fonte de contaminação e de proliferação de infeções.
Ao contrário do que sucede em vários países, onde a empresa é líder nesta tecnologia e está a substituir sistemas antigos em hospitais de várias regiões do globo, Portugal ainda não consta no mapa da empresa. Uma situação que, segundo Carlos Oliveira, está prestes a ser resolvida. A empresa já fez a apresentação da sua tecnologia ao setor hospitalar nacional, com o seu presidente a mostrar confiança no desenrolar do processo.
Na área das energias renováveis, que é considerada como complementar à atividade principal, o objetivo é “produzir energia a partir da biomassa, através de caldeiras industriais alimentadas a pallets. Paralelamente, também existe interesse e investimento na instalação de painéis fotovoltaicos para a indústria.