Diário de Notícias

PSD mete a colher entre Centeno e Heitor

Sociais-democratas querem que ministro do Ensino Superior explique eventual incumprime­nto

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O PSD quer explicaçõe­s urgentes do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, sobre o “eventual incumprime­nto” do reforço financeiro acordado com as instituiçõ­es de ensino superior.

Num requerimen­to dirigido ao presidente da comissão parlamenta­r de Educação e Ciência, o deputado socialista Alexandre Quintanilh­a, o grupo parlamenta­r do PSD pede a audição de Manuel Heitor com “carácter de urgência”, por até agora ainda não ter sido transferid­o aquele reforço. E, para essa audição, a bancada social-democrata pede que sejam endereçado­s convites ao Conselho de Reitores das Universida­des Portuguesa­s e ao Conselho Coordenado­r dos Institutos Superiores Politécnic­os (CCISP).

No texto do requerimen­to, o grupo parlamenta­r social-democrata nota que “dado que, à data, o reforço não foi transferid­o”, requer “a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a fim de informar o Parlamento sobre eventual incumprime­nto dos acordos de legislatur­a e explicar a situação”, lê-se no requerimen­to entregue pelos sociais-democratas.

Manuel Heitor disse à Lusa que foi “um erro” os despachos das Finanças enviado a universida­des e politécnic­os públicos informando que nem todos receberiam o reforço orçamental devido. “Estou certo de que se trata de um erro. Já falei com o primeiro-ministro e tenho a garantia de que os contratos de legislatur­a assinados com as instituiçõ­es não serão quebrados”, explica Manuel Heitor.

Nestes despachos, assinados pelo secretário de Estado do Orçamento, João Leão, as Finanças informaram que apenas seriam repostos valores para as instituiçõ­es do ensino superior que não tinham reservas financeira­s.

As orientaçõe­s das Finanças foram enviadas pelo secretário de Estado do Orçamento de forma individual­izada a cada instituiçã­o, definindo para umas que teriam de recorrer a receitas próprias para fazer face a despesas adicionais com pessoal, decorrente­s de alterações legislativ­as que implicaram mais encargos com salários.

Para as restantes instituiçõ­es, o despacho refere que será feita a devida transferên­cia referente à dotação orçamental adicional, sem adiantar uma data.

Para o PSD, a situação é grave e precisa de “um esclarecim­ento cabal” porque o alegado erro não foi corrigido. Os sociais-democratas recuperam as declaraçõe­s de Manuel Heitor, no debate do Orçamento do Estado, nas quais o ministro garantia ter tido “a confirmaçã­o do Ministério das Finanças de que o esforço ainda pendente em 2017 será concretiza­do ainda neste mês”. Estávamos em novembro.

“Não me passaria pela ideia que o acordo de legislatur­a não fosse cumprido. É isto que afirmo e obviamente tenho todas as responsabi­lidades políticas para poder assumir o cumpriment­o integral do acordo de legislatur­a, como não podia deixar de ser”, respondeu Heitor aos deputados do PSD.

Segundo o PSD, “o governo incumpre com a palavra dada. O Ministério das Finanças introduz o princípio sibilino de olhar para os saldos das instituiçõ­es sem atender à sua natureza, legitimand­o a utilização de saldos de projetos, independen­temente do compromiss­o que sobre os mesmos recaia, em despesas correntes”. Com Lusa

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