“Este abusador é agora presidente dos EUA (...) Peço que o Congresso investigue esta má conduta de Trump”
achava que a situação das mulheres estava a melhorar. E não. Depois veio o caso Harvey Weinstein [megaprodutor de Hollywood] e houve uma explosão. As acusações surgiram e os responsáveis foram responsabilizados pelos seus comportamentos desapropriados. Exceto no caso do presidente. Aliás, os seus assessores apressaram-se a chamar-nos mentirosas”, nota Jessica Leeds, a mais velha das três, que tinha 30 e poucos anos quando conheceu Trump. Foi na década de 1980. Num avião. “Mudaram-me para a primeira classe e fiquei ao lado de Donald Trump. Ele devia estar aborrecido e queria alguma diversão. Agarrou-me. Pôs-me a mão pela saia acima. Foi a última vez que usei uma saia num voo”, relatou na conferência de imprensa.
Antiga Miss Carolina do Norte, Samantha Holvey relatou o que aconteceu nos bastidores do Miss EUA em 2006. “Nós andávamos ali, sem nada vestido, só de robe, quando Donald Trump entrou. Ele ia como que inspecionar-nos. Senti-me um pedaço de carne. Senti-me suja. Tinha 20 anos. Não era com aquilo que eu tinha sonhado e nem aquilo por que tinha lutado”, explicou na entrevista à NBC. Falando ao programa de rádio de Howard Stern, em 2005, Trump admitiu que ia aos bastidores e entrava quando queria: “Eu sou o dono do concurso e vou inspecionar... ‘estão todas OK?’ Estás a ver, andam todas ali sem roupa. Vês aquelas mulheres todas incríveis... é com coisas mais ou menos dessas que eu me safo.”
Na conferência de imprensa, questionada sobre se iria processar o agora presidente dos EUA, a ex-concorrente do Miss EUA disse: “Esta é uma questão cultural. Vou processá-lo por fazer o quê? Por ser tão asqueroso?” No mesmo sentido falaram Rachel e Jessica. “O tribunal da opinião pública é o melhor”, disse a primeira, enquanto a segunda considerou que os tribunais não são o melhor lugar para lidar com estas situações. “É preciso mudar é a cultura.” Na véspera de estas mulheres falarem, a embaixadora dos EUA na ONU, considerada uma aliada de Trump, disse que elas devem ser ouvidas. “As mulheres que acusam alguém devem ser ouvidas. Qualquer mulher que se sinta violada ou maltratada de alguma forma, tem todo o direito de falar”, disse Nikki Haley, ao programa Face the Nation, da CBS. SUSPEITA Homem de 27 anos que fez explodir engenho rudimentar no terminal de autocarros de Port Authority pode estar ligado ao EI Quatro pessoas ficaram ontem feridas na sequência de uma explosão em Nova Iorque. O incidente aconteceu ontem de manhã (cerca do meio-dia em Lisboa) no túnel do terminal de autocarros de Port Authority, o maior terminal rodoviário do mundo, em Times Square. Os feridos não correm perigo de vida e, segundo a polícia de Nova Iorque, queixaram-se apenas de dores de cabeça e zumbidos nos ouvidos. O autor do ataque sofreu queimaduras no abdómen e nas mãos quando tentou detonar o engenho explosivo que levava preso a si.
O homem, de 27 anos, foi identificado pelas autoridades como sendo Akayed Ullah. Com origens no Bangladesh, encontrava-se a viver há sete anos nos EUA, mais propriamente em Brooklyn, segundo noticiou a ABC News. De acordo com os media americanos, o atacante disse ter-se inspirado no Estado Islâmico. “Graças a Deus que o autor não atingiu os seus objetivos”, declarou o mayor de Nova Iorque, Bill de Blasio. O governador do estado, Andrew Cuomo, classificou a situação como “tentativa de ataque terrorista”, acrescentando que o suspeito poderia ter simpatia pelo Estado Islâmico. “Estava descontente ou irritado com as nossas posições políticas ou simpatizava com o Estado Islâmico”, disse.
O presidente Donald Trump foi informado do sucedido e toda a área em volta da estação foi encerrada e deslocaram-se ao local várias viaturas da polícia e dos bombeiros. Lembre-se que a 31 de outubro, em plenos festejos do Halloween, Nova Iorque sofreu o seu primeiro atentado com vítimas mortais desde o 11 de Setembro de 2001. Registaram-se oito mortos e 11 feridos quando um homem de 29 anos atropelou as pessoas que seguiam numa ciclovia da Baixa de Manhattan. Também o autor deste ataque, que foi identificado como Sayfullo Saipov, disse ter-se inspirado no Estado Islâmico e terá chegado inclusivamente a pedir à polícia para o deixarem colocar a bandeira do grupo terrorista no quarto do hospital para onde foi transportado.