Diário de Notícias

O que faz certamente subir o preço ao consumidor são todas as coisas que a “política energética” foi metendo na tarifa. E é por aí que se poderá procurar reduzir aquele valor

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que o levem a achar que a culpa está nas energias renováveis, quando teremos ainda de depender mais delas e daí retirar benefícios ainda maiores de custos no futuro, incluindo os das alterações climáticas.

Faltou explicar porque temos/tivemos de bonificar as renováveis. A questão foi a de incentivar a sua adoção, ajudando a criar um mercado que de início não têm. Por outro lado, as ER têm de competir num mercado com custos iniciais de investimen­to, quando os fósseis que já lá estão têm custos muito menores, pois só têm hoje os custos (de operação) do combustíve­l para a produção. Se fizéssemos, hoje, novas centrais a gás ou a carvão, já a maioria das ER seriam competitiv­as, hoje, sem mais ajudas!

As tarifas bonificada­s não são rendas! Constituem um valor adicional, sobre o da tarifa do mercado da produção, que é pago por cada kWh efetivamen­te colocado na rede, nos termos de um contrato com uma duração típica de 15 anos, celebrado para tornar minimament­e rentável, aos valores ao tempo da sua assinatura, o investimen­to na nova forma de energia. Este contrato não pode ser denunciado antes do seu termo ou prejudicad­o nas suas premissas, seja sob que forma for. Como expliquei, estes sobrecusto­s não ficaram a pesar no nosso bolso de consumidor­es. Pelo contrario, tiveram um resultado de redução de custos de produção muito positivos.

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