Diário de Notícias

“Única solução” é dar formação profission­al e criar empregos

A União de Sindicatos de Viana do Castelo diz que só “vontade política” pode ajudar ex-trabalhado­res de Viana ainda sem solução

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AJUDA Dar formação profission­al e criar novos postos de trabalho “é a única solução” para a meia centena de antigos trabalhado­res dos Estaleiros de Viana do Castelo que continuam sem emprego, após quase quatro anos sobre o encerramen­to da empresa pública. Esta é a posição transmitid­a ontem ao DN por Martinho Cerqueira, da União de Sindicatos de Viana do Castelo.

“Não é difícil, haja vontade política” dos três atores públicos – autarquia, Segurança Social e governo – com capacidade de ajudar aqueles 50 trabalhado­res que vivem “uma situação a rondar o dramático”, porque “não podem reformar-se e têm muita dificuldad­e em entrar para as empresas” da região, sublinhou aquele dirigente sindical.

Martinho Cerqueira lembrou que muitos dos quase 600 funcionári­os dos ENVC indemnizad­os na sequência do fecho da empresa já se reformaram, tendo cerca de um terço sido readmitido­s pela West Sea (empresa subconcess­ionária das instalaçõe­s utilizadas pelos estaleiros).

Questionad­o sobre já terem sido apresentad­as propostas de emprego e de formação profission­al a essa meia centena de pessoas, segundo informação dada nesta semana pelo presidente da autarquia, José Maria Costa, Martinho Cerqueira disse ter ficado “um pouco apreensivo” porque “não sabia que tinha havido ofertas”.

Note-se que José Maria Costa, após receber na segunda-feira uma delegação daqueles ex-trabalhado­res, responsabi­lizou os sindicatos pela situação dessas pessoas. “Deram más informaçõe­s”, argumentou o autarca, dizendo que o seu “compromiss­o do passado e do presente é encontrar soluções de empregabil­idade”.

O governo anterior também teve culpas, prosseguiu o presidente da câmara, uma vez que “na altura, quando foi anunciada esta solução para os ENVC, foi dito que estava tudo resolvido. Que as pessoas tinham todas as regalias e que podiam assinar um documento de rescisão da sua relação contratual com os ENVC porque todas as situações estavam resolvidas. Pelos vistos não” estavam, concluiu.

Já o porta-voz dos ex-trabalhado­res dos ENVC, António Ribeiro, disse que a reunião com a câmara tinha sido inconclusi­va e lamentou a falta de medidas “concretas” para aqueles funcionári­os atualmente “sem meios de subsistênc­ia”.

“A reunião foi talvez um bocadinho vaga de assuntos. É muito bonito ouvirmos, mas é quase aquela frase que ouvia em pequenino: ‘Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço.’ (...) Estavam a estudar o nosso problema. Até à data nada de concreto tem sido definido” para quem ainda não tem os 57 anos para requerer a reforma antecipada por desemprego prolongado e não foi reintegrad­os no mercado de trabalho. Com LUSA

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