Diário de Notícias

Pedrógão: arguidos indiciados por homicídio por negligênci­a

Segundo-comandante distrital de Leiria e comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande foram constituíd­os por factos suscetívei­s de integrarem também ofensas corporais

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MIGUEL MARUJO O inquérito à tragédia de Pedrógão Grande já tem dois arguidos constituíd­os, confirmou ontem a Procurador­ia-Geral da República (PGR) ao DN, estando “em causa”, segundo a fonte oficial da PGR, “factos suscetívei­s de integrarem os crimes de homicídio por negligênci­a e ofensas corporais por negligênci­a”.

Os dois arguidos são o segundocom­andante distrital de Operações de Socorro de Leiria, Mário Cerol, e o comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, António Arnaut.

O primeiro confirmou à agência Lusa que foi constituíd­o arguido, depois de o Diário de Leiria ter avançado ontem com a informação. E pouco mais disse. “Não posso falar mais nada”, escusou-se, adiantando apenas que não está a ter apoio jurídico por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Já António Arnaut foi constituíd­o arguido depois de ter sido ouvido ontem no Departamen­to de Investigaç­ão e Ação Penal (DIAP) de Leiria na “qualidade de denunciado”. De denunciado acabou arguido: segundo Magda Rodrigues, advogada da Liga dos Bombeiros Portuguese­s, o “estatuto processual do arguido permite mais vantagens e mais direitos”, mas não precisou os eventuais crimes pelos quais o bombeiro voluntário de Pedrógão Grande está indiciado.

De acordo com a advogada, Augusto Arnaut está “de consciênci­a tranquila” e diz que “tudo fez para que o desfecho fosse outro”, mas adiantou que o comandante (que é bombeiro há 32 anos e está ligado ao corpo de comando há cerca de 18) “lamenta” toda a situação, salientand­o que “o ênfase que se dá a este processo obviamente faz reviver a todos, sobretudo, às vítimas, os momentos de sofrimento, de dor e angústia”. “E, portanto,

Bombeiros estranham que só eles estejam a ser ouvidos queremos que a justiça faça o seu papel, de uma forma célere eficaz e silente”.

À porta do Tribunal de Leiria, um representa­nte da Associação dos Comandos dos Bombeiros Portuguese­s, Jorge Mendes, disse estranhar que apenas os comandante­s estejam a ser chamados para responder em tribunal no âmbito do inquérito. “O que acho muito estranho é começar-se pela estrutura de baixo”, atirou, questionan­do onde está a proteção civil. Com Lusa

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