Partidos apoiam recomendações para o cancro
É necessário mais informação, investigação e campanhas educativas
A Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) apresentou um documento com oito recomendações para “uma abordagem mais holística” do cancro da mama, em particular para o cancro da mama metastático. As recomendações mereceram o apoio dos grupos parlamentares do PS, PSD e CDS-PP, que assinaram o documento durante a conferência que teve lugar na Assembleia da República.
As medidas sugeridas pela SPO vão desde a investigação ao atendimento das doentes. A SPO quer aumentar o acesso à informação sobre o cancro em todas as fases da doença, uma vez que como sublinha a presidente da Sociedade, Gabriela Sousa, “a doença na fase metastizada é pouco conhecida em Portugal”. Promover campanhas educativas e de sensibilização para dar a conhecer os diferentes estádios e impactos da doença é outra das medidas para aplicar junto da população.
Do lado da investigação científica, a SPO propõe que se estimule a colaboração entre universidades, investigadores, profissionais de saúde, doentes e seus representantes e indústria farmacêutica, bem como a recolha de dados epidemiológicos sobre a doença metastizada. Ter em conta as necessidades das pessoas com cancro metastático na intervenção política para o desenvolvimento da oncologia em Portugal é a quinta proposta do documento divulgado na sessão Cancro da Mama – Pensar o Presente, Construir o Futuro, que decorreu ontem na Assembleia da República.
Proteger os direitos dos trabalhadores com cancro, nomeadamente na fase da doença metastática – quando a doença reaparece e se espalha por outros órgãos e a única solução é o controlo da doença e não a cura – também faz parte das recomendações. Criar mecanismos que evitem que os doentes com cancro fiquem em situação de fragilidade financeira, nomeadamente as pessoas que ficam desempregadas.
A última recomendação é dirigida aos agentes políticos – três dos seis grupos parlamentares assinaram o documento – para que desenvolvam políticas sobre cancro e trabalho. Com esta proposta pretende-se apoiar as entidades empregadoras e os colaboradores a desenvolverem estratégias adequadas e personalizadas para a gestão da doença no local de trabalho.
O cancro da mama é o segundo mais comum entre as mulheres (o primeiro é o cancro da pele), sendo detetados, por ano, cerca de seis mil novos casos – 1% desses casos são homens. Todos os anos, há 1500 portugueses que não sobrevivem à doença. No mundo, existem 1,7 milhões de novos casos, por ano.