O maior desafio são as pessoas e a sua requalificação
As pessoas que estão no ativo têm de ser formadas e não pensar só em substituí-la pelas gerações mais jovens
FORMAÇÃO “Quando se fala em economia digital, o principal desafio em Portugal não é tecnológico, porque aí o nosso país dá cartas. O maior desafio são as pessoas”, defendeu João Vasconcelos no debate sobre “O poder da economia digital”, que juntou três CEO da área digital.
“E não estamos a falar dos jovens, esses já estão bem preparados, mas o que é preciso é formar as pessoas que estão no ativo, prepará-las para lidar com as novas tecnologias, em vez de pensar em despedi-las para pôr os mais qualificados no seu lugar”, sublinhou o ex-secretário de Estado da Indústria.
A maior barreira, o maior desafio a abraçarmos o digital, são, de longe, para João Vasconcelos, as pessoas que estão nas empresas e não quem está na escola, “que essas novas gerações têm qualificações. É quem está neste momento no ativo, são esses que temos de requalificar”.
As apostas em Portugal têm de ser feitas a nível da formação profissional, em primeiro lugar, mas também no ensino secundário e superior.
O problema da falta de pessoas qualificadas passa-se na banca, na administração pública, em todos aqueles setores económicos que têm um legado, têm história, defenderam os intervenientes no debate. É preciso fazer que quem está na empresa e lá trabalha aprenda e tenha mais know-how sobre tecnologia, marketing digital, mobile payments do que tinha.
“Esse desafio não cabe só ao governo nem ao Estado, há empresas que estão a fazê-lo internamente. Esse desafio vai caber a toda a gente”, concluiu João Vasconcelos.
Miguel Santo Amaro, CEO da Uniplaces, sublinhou, por seu lado, a competitividade que sente a nível do recrutamento do talento. “Estamos a competir numa plataforma internacional ,ou seja, o talento que tenho de atrair vem de Londres, Berlim, Estados Unidos e isso é uma realidade completamente diferente”, sublinhou o gestor.