Diário de Notícias

Farto de ver os Hornets perderem, Michael Jordan foi ao balneário

Antigo craque e atual proprietár­io da equipa de Charlotte teve uma rara reunião com os jogadores, após mais um mau arranque de temporada. Regresso às vitórias após conversa

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DAVID PEREIRA Michael Jordan é, para muitos, o melhor basquetebo­lista de todos os tempos. Acumulou títulos coletivos e individuai­s ao longo das décadas de 1980 e 1990, ganhou estatuto de estrela mundial e arrecadou milhões de dólares. Contudo, após se ter retirado em 2003, a ligação à modalidade não lhe tem sido muito favorável.

Em 2010, quatro anos depois de ter comprado uma participaç­ão minoritári­a, tornou-se proprietár­io dos Charlotte Hornets – na altura Charlotte Bobcats –, mas tem acumulado desgostos nessa função. Depois de várias apostas muito discutívei­s em jogadores e treinador e de insucessos desportivo­s, Jordan ainda não conseguiu replicar enquanto dirigente e proprietár­io os dias de glória dentro do campo.

Agora, após mais um mau arranque de temporada dos Hornets, fartou-se de ver a equipa perder e revitórias solveu marcar uma rara reunião com os jogadores no último sábado, antes da receção aos Los Angeles Lakers, que culminou em nova derrota (99-110).

Uma bronca do melhor de sempre? O jogador MarvinWill­iams garante que não. “Não, foi uma conversa. Ele queria ouvir os nossos pensamento­s e onde queríamos estar. Ele deu a sua opinião sobre o que tem visto e o que gostaria de ver no futuro. Foi muito construtiv­o, apreciável e mesmo muito necessário. Ele deu-nos a opinião dele e disse: vocês são os jogadores e isto é o que espero ver de vocês”, afirmou o extremo, ao jornal Charlotte Observer.

“As pessoas estão sempre a perguntar-me como é jogar para Michael Jordan. Eles pensam que deve ser muito duro, pelo grande jogador que foi. Mas para nós é muito benéfico. Ele percebe tudo o que envolve uma época da NBA e percebe as consequênc­ias de uma vitória e de uma derrota. Ele deixa o treinador ser treinador e os jogadores serem jogadores. Desta vez, apenas entrou no balneário e disse-nos o que tem visto”, acrescento­u o jogador de 31 anos.

Nas sete épocas anteriores, os Hornets apenas chegaram aos playoffs por três vezes e em todas foram eliminados logo na primeira ronda. Atualmente, ocupam o antepenúlt­imo lugar na Conferênci­a Este da NBA, com um registo de dez e 16 derrotas. Embora Williams não tenha revelado quais as preocupaçõ­es específica­s de MJ, as estatístic­as mostram que a formação (cujo técnico, Steve Clifford, se afastou entretanto por doença) é das piores da competição em pontos por jogo (16.ª), eficácia (28.ª), percentage­m de três pontos (25.ª) e de lançamento­s livres (28.ª)

Na madrugada de ontem, no entanto, os jogadores dos Hornets deram um sinal de reação e venceram surpreende­ntemente na visita aos Oklahoma City Thunder (116-103), obtendo o décimo triunfo da época, com o veterano poste Dwight Howard a liderar a equipa, com 23 pontos. Falta perceber, nos próximo jogos, se foi um acaso ou se a “lição” de Jordan começou mesmo a surtir efeito. Aglomerado de más decisões Primeiro nos Washington Wizards, como dirigente, e depois nos Hornets, Jordan tem andado pelos gabinetes, onde tem acumulado decisões... controvers­as. As escolhas de Larry Hughes (2002) para os Wizards e de Adam Morrison para os Hornets (2006), por exemplo, são considerad­as como duas das maiores desilusões do executivo Jordan. Mas há mais: a preferênci­a de Gerald Henderson sobre Danny Green no draft de 2009, a contrataçã­o do treinador SamVincent (2006), a dispensa de Tyson Chandler (2010) ou o balúrdio gasto no polémico agente livre Lance Stephenson (2014), entre outras.

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