Diário de Notícias

Um Natal sem Portugal no lixo?

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OCommerzba­nk juntou a sua voz à de outras instituiçõ­es bancárias que começam a fazer apostas numa subida do rating da República Portuguesa por parte da Fitch. A boa notícia poderá acontecer já na próxima sexta-feira. Aliás, se assim for, podemos vir a assistir a duas boas notícias em simultâneo e a outra é a que diz respeito aos juros da dívida portuguesa, que poderão vir a descer ainda mais.

“As hipóteses de uma nova subida de rating pela Fitch na sexta-feira são altas. Isto iria requalific­ar Portugal para o iBoxx – índices de dívida – do próximo mês em diante e provavelme­nte impulsiona­r a convergênc­ia das obrigações soberanas portuguesa­s com as espanholas e as italianas”, refere o Commerzban­k, numa análise divulgada nesta semana. Acrescenta que no mercado de dívida “Portugal deve ser o principal beneficiár­io no final desta semana, com mais ventos positivos provenient­es de rating e elegibilid­ade para índices”.

Se as previsões se confirmare­m, podemos antecipar a festa de Natal, porque será um bom presente para o país, para os investidor­es e para os financiado­res.

Há mais bancos e vários analistas que acreditam que a Fitch vai mesmo tomar a decisão de acompanhar a Standard & Poor’s no dia 15 de dezembro e retirar Portugal do nível de lixo. Entre os crentes estão bancos como o Morgan Stanley, o Rabobank e o Nomura.

Atualmente, a Fitch tem um rating de BB+ atribuído a Portugal. Uma subida poderá ter efeitos positivos a nível dos custos de financiame­nto, incluindo da República. Além da baixa dos juros, uma decisão destas faria que a dívida portuguesa passasse a poder ser incluída nos principais índices de obrigações, podendo ser comprada por investidor­es institucio­nais de peso, que até agora têm estado impedidos de a comprar. É que para integrar esses cabazes a dívida da República precisa de ter, pelo menos, duas classifica­ções de investimen­to de qualidade por parte de duas das três maiores agências de rating mundiais – Moody’s, S&P e Fitch. E ainda nos falta um pedacinho para lá chegar. Se em vésperas de Natal essa boa-nova chegar, então Mário Centeno, ministro das Finanças, pode abrir mais uma garrafa de champanhe. Depois da sua eleição para a presidênci­a no Eurogrupo, esta poderá vir a ser a cereja no topo do bolo que lhe faltava, para fechar o ano.

E de quem é o mérito? Bom, não é só do ministro, mas é acima de tudo de todo setor privado que soube reinventar-se e colocar o país num caminho de cresciment­o.

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ROSÁLIA AMORIM DIRETORA DO DINHEIRO VIVO

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