Diário de Notícias

Zorrinho

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OFERREIRA FERNANDES ntem, alguém anunciou, no Twitter, que vai candidatar-se à liderança do PSD por Lisboa. No dia anterior, a mesma pessoa escrevera: “Nova secretária de Estado Zorrinho. As casas socialista­s não são casas. São viveiros de talento”... Não vou dizer o nome da pessoa dos porque não é ela que está em questão mas, sim, o comportame­nto geral demonstrad­o na insinuação contra a nova governante. A chicana contra o adversário é comum na política portuguesa. Neste caso, é de alguém do PSD contra alguém do PS. Mas bem podia ser de um político do PS contra um do PSD, com truque idêntico. E falo desses dois partidos porque são os que mais interessam, um deles (um ou outro) governa-nos há décadas. E ambos desgoverna­m quando usam truques que enganam os cidadãos com um jogo feio. O atual truque descreve-se assim: a nova secretária de Estado da Saúde chama-se Rosa Zorrinho, é mulher do deputado europeu Carlos Zorrinho, logo ela tem o cargo por favor político. Esmiucemos o truque. Justifica-se ter nomeado Rosa Zorrinho? Sim, ela tem currículo e trabalho feito, mais do que suficiente­s para o convite. Merece ela a nomeação? Só o balanço do trabalho que vai fazer o dirá. Então, o compadrio nada tem que ver com esta história? Sim, tem. Sim, tem. Sim, tem. Está aí talvez a pior das consequênc­ias da chicana política: insinuando, sem provas e contra factos, que uma pessoa com currículo bastante foi escolhida indevidame­nte só desvaloriz­a a crítica necessária e urgente à prática demasiado comum do PS e do PSD (repito, falo destes porque são os contumazes nos governos) de darem cargos por compadrio. Sabotar quem tem mérito, lá por ser primo, marido ou da confraria, é desistir da luta contra os primos, maridos e confrades sem valor que se abancam à mesa do Estado.

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