Diário de Notícias

Meios aéreos vão estar disponívei­s todo o ano

Governo tem 60 milhões euros para contrataçã­o. Equipa vai estudar transferên­cia de meios para a Força Aérea

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O ministro da Administra­ção Interna anunciou ontem a autorizaçã­o de 60 milhões de euros para a contrataçã­o de 50 meios aéreos de combate a incêndios florestais para 2018 e 2019, mais nove aeronaves do que em anos anteriores.

“Esta autorizaçã­o tem um valor global máximo de cerca de 60 milhões de euros e integra-se no processo de transforma­ção do modelo de acompanham­ento do comando e operação de meios aéreos”, disse Eduardo Cabrita, na conferênci­a de imprensa realizada após o Conselho de Ministros. O concurso público internacio­nal plurianual para a contrataçã­o de 50 meios aéreos de combate a incêndios florestais é feito pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). O ministro destacou os “aspetos inovadores” que vão ser introduzid­os em relação aos meios aéreos de combate aos fogos, como o aumento do número de meios disponívei­s relativame­nte ao que existia em anos anteriores, passando de 41 para 50 aeronaves. Eduardo Cabrita adiantou que os meios aéreos vão também estar disponívei­s ao longo de todo o ano e não só no chamado período crítico de incêndios florestais, além de passarem a operar mais horas por dia, ou seja, durante todo o período de luminosida­de.

Dos 50 meios aéreos, 14 (dez helicópter­os ligeiros e quatro aviões anfíbios médios) vão estar disponívei­s todo o ano e realizar a operação diária com referência à existência de luz solar em detrimento das 12 horas por dia, segundo o Ministério da Administra­ção Interna (MAI). Outro dos aspetos que o ministro classifico­u como “tecnicamen­te inovador” passa pela existência de dois aviões ligeiros de avaliação e coordenaçã­o, aeronaves que vão “acompanhar e coordenar toda a operação dos vários meios aéreos envolvidos num combate a um incêndio de grande dimensão”. Segundo o governante, a operação destes dois aviões decorre “já do trabalho da unidade de missão que tem vindo a programar o novo modelo de resposta a incêndios rurais”.

Na conferênci­a de imprensa, o ministro abordou ainda a constituiç­ão de um grupo de trabalho, com representa­ntes dos ministério­s da Administra­ção Interna e da Defesa, que irá definir, nos próximos 45 dias, como é que a Força Aérea passará, num horizonte de médio prazo, a exercer a operação e o comando de meios aéreos de combate a incêndios. No entanto, sustentou, “é fundamenta­l ter a resposta para 2018 e 2019 e foi isso que foi hoje aprovado” nesta resolução em Conselho de Ministros.

De acordo com o despacho conjunto dos ministério­s da Defesa Nacional e da Administra­ção Interna, com data de 5 de dezembro e publicado ontem em Diário da República, o grupo de trabalho irá “estudar, propor e desenvolve­r” as soluções para concretiza­r a transferên­cia do comando e controlo dos meios para a Força Aérea, decidida a 27 de outubro. O grupo de trabalho deverá “definir o modelo” de “gestão centraliza­da” daqueles meios pela Força Aérea, incluindo os que forem eventualme­nte adquiridos e os que sejam sazonal ou pontualmen­te necessário­s”. O governo pretende que o modelo a criar garanta “o cumpriment­o das missões das Forças Armadas e da ANPC, nomeadamen­te as missões de âmbito estritamen­te militar” e as relacionad­as com a prevenção, o combate a incêndios rurais e outras missões de interesse público. Lusa

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