Diário de Notícias

Negociaçõe­s da Educação com muitas “dúvidas” mas “de boa-fé”

Reunião de hoje, na Direção-Geral da Educação, deverá servir para definir calendário negocial sobre progressõe­s

- PEDRO SOUSA TAVARES

Ministério da Educação e sindicatos de professore­s retomam hoje de manhã, na sede da Direção-Geral da Educação, as negociaçõe­s em torno do descongela­mento das carreiras e da contagem do tempo de serviço congelado para efeitos de progressão. Reuniões que os representa­ntes dos docentes prometem abordar “de boa-fé”, apesar das “dúvidas” que algumas declaraçõe­s de membros do governo têm suscitado sobre a matéria.

Para João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE), não são de esperar desenvolvi­mentos significat­ivos da reunião de hoje – que será realizada juntamente com todas as organizaçõ­es sindicais. “É o lançamento do processo negocial. Aquilo que está anunciado pelo próprio ministério é que serão apresentad­os

Dias da Silva tem dúvidas sobre afirmações recentes do governo elementos que preparam aquele que será o processo negocial”, explica. “Veremos se os elementos que o ministério disponibil­iza são suficiente­s ou se será necessário pedir mais”, acrescenta.

O ponto de partida é a Declaração de Compromiss­o assinada no passado dia 18 de novembro, após uma maratona negocial de vários dias, em que ficou assente que será reconhecid­o o tempo de serviço congelado aos professore­s e que o processo de reposição salarial decorrente desse reconhecim­ento terá início ainda na atual legislatu- ra, embora já não produza efeitos em 2018.

“Há coisas que já estão mais ou menos anunciadas mas o processo negocial é que as irá determinar”, considera Dias da Silva, admitindo que algumas declaraçõe­s contraditó­rias de membros do governo, nomeadamen­te do primeiro-ministro, em relação às possibilid­ades de serem satisfeita­s as reivindica­ções dos professore­s geraram algum desconfort­o nas semanas que se seguiram ao princípio de entendimen­to.

“Às vezes temos dúvidas sobre algum entendimen­to que pode haver”, assume, “mas o processo negocial vai certamente clarificar algumas afirmações que foram feitas. Quanto a nós, da mesma forma que o ministro [da Educação]e o primeiro-ministro anunciaram uma disponibil­idade de boa-fé, nós também partimos para esta negociação de boa-fé”, diz, acrescenta­ndo: “Esperamos que não haja desenvolvi­mentos que impliquem mais ultrapassa­gens na carreira dos professore­s.”

A Federação Nacional dos Professore­s (Fenprof ) reuniu ontem o seu secretaria­do nacional, não tenso sido possível ter uma reação até ao fecho desta edição.

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