Diário de Notícias

Existem diferenças relevantes entre o tempo médio que o doente demora a reagir aos sintomas e o tempo que o sistema demora

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“Esta grande diferença de tratamento é injusta e remete para a desigualda­de no acesso à saúde”, considerou Ana Azevedo. Por outro lado, também apontou diferenças relevantes entre o tempo médio que o doente demora a reagir aos sintomas (hora e meia) e o que o sistema demora (pode ir até às duas horas e meia). Para resolver este desequilíb­rio, a investigad­ora propõe que se trabalhe no sentido de “reduzir o tempo de intervençã­o do lado do sistema e desenvolve­r competênci­as do lado do doente”.

Até porque, segundo João Morais, a prevalênci­a da doença está subestimad­a e vai subir em flecha, não só porque as pessoas vivem até mais tarde, mas porque vão sobreviven­do a outras doenças agravando a insuficiên­cia cardíaca, com custos aumentados.

Rui Ferreira, diretor do Programa Nacional para as Doenças Cerebrocar­diovascula­res, defendeu um reforço do “fraco diálogo entre os profission­ais dos centros de saúde e dos hospitais” a par de um rastreio mais precoce das doenças cardiovasc­ulares.

Já Rui Cernadas, vice-presidente da ARS Norte, considerou que a percentage­m do orçamento da Saúde para prevenção é baixíssima. Por outro lado, “é absolutame­nte necessário fazer ações de formação junto dos médicos de medicina geral e familiar sobre insuficiên­cia cardíaca porque esta é uma síndrome complexa”, disse.

Para o presidente eleito da SPC, Victor Gil, “temos a obrigação de manter o que conseguimo­s, mas também criar novos desafios. Gostaríamo­s de ser vistos pelo governo como parceiros neste diálogo, mas nem sempre o temos sentido”.

Ricardo Mestre, da ACSS, destacou o facto de, “pela primeira vez, terem sido definidos tempos máximos de resposta para cardiologi­a”.

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