Disney compra Fox, o super gigante do entretenimento
Simpsons, Avatar e X-Men juntam-se à Disney, que compra ainda os estúdios de cinema da Fox, que se foca nos canais em direto
O rato Mickey vai ter novos amigos. Quem sabe se passarão a integrar a parada da Disney World
DIOGO FERREIRA NUNES É um dos negócios do ano: a Disney vai comprar os estúdios de cinema e de produção da 21st Century Fox. A operação está avaliada em 52,4 mil milhões de dólares (44,5 mil milhões de euros) e vai juntar, na mesma empresa, o Rato Mickey, os Simpsons e o Avatar, segundo um comunicado ontem divulgado. O negócio não inclui os canais de televisão, como a Fox News, que serão separados da 21st Century Fox antes de ser comprada pela Disney.
“A compra desta coleção de luxo de negócios da 21st Century Fox reflete o aumento do número de consumidores que procuram uma rica diversidade de experiências de entretenimento que sejam mais convincentes, acessíveis e convenientes do que nunca”, refere Robert Iger. O chairman e presidente executivo da Disney vai manter-se na empresa até 2021 na sequência deste negócio.
Rupert Murdoch, o ainda líder da 21st Century Fox, mostrou-se “extremamente orgulhoso de ter construído” a empresa e acredita que este negócio com a Disney “vai desbloquear ainda mais valor para os acionistas”. Murdoch diz ainda que “a Disney vai continuar a ditar o ritmo numa indústria dinâmica e entusiasmante”. As duas empresas esperam que a operação fique concluída até 30 de junho de 2018.
Além da autorização dos reguladores, há ainda outras duas condições que têm de ser cumpridas: a separação da Fox Broadcasting da 21st Century Fox e a aquisição dos restantes 61% da televisão Sky que ainda não são detidos na totalidade pela 21st Century Fox e que vão, depois, passar para a Disney. O negócio deverá “gerar uma poupança de custos de dois mil milhões de dólares” para as duas empresas, através da “combinação de negócios”. Como vai ficar Além dos Simpsons, as séries This Is Us, The Americans e Uma Família muito Moderna são quatro marcas que passarão a ter chancela da Disney. A estação Sky e a plataforma Hulu também vão mudar de dono. A Disney lembra também que as sagas X-Men, Quarteto Fantástico e Deadpool vão juntar-se à família da Marvel para “criar mundos mais complexos e ricos” e “histórias que o público já mostrou que adorou”. Passam ainda para a empresa criada por Walt Disney filmes como Avatar, Alien e Planeta dos Macacos, que enfrenta assim muitos dos grandes estúdios de Hollywood, mas, principalmente, uma forma de enfrentar a plataforma de streaming Netflix. A Disney não quer perder este mercado.
O diário espanhol El País lembrava ontem que a estratégia da Disney é semelhante à que a cadeia de supermercados americana Wal Mart utilizou para enfrentar a Amazon, e questionavam também como irá a Disney lidar com uma série de marcas que são mais dirigidas a adultos.
A Disney já tinha comprado recentemente a produtora de animação Pixar, a Marcel e a saga Star Wars, incluindo a Lucas Films. A aquisição das marcas da Fox amplia em muito o terreno em que a Disney se move.
A Fox Broadcasting será separada da 21st Century Fox e dará origem a uma nova empresa cotada. Em causa estão os canais Fox Nex, Fox Business e Fox Sports. Nas mãos de Rupert Murdoch também vão continuar o jornal The Sun, Times, The Wall Street Journal e TalkSport, que pertencem ao grupo News Corp.
A Fox tinha já em preparação o lançamento do novo filme X-Men: Dark Phoenix, mas também The New Mutants e Deadpool 2. A Disney acaba de estrear o peso-pesado Star Wars – Episódio VIII: Os Últimos Jedi, com realização de Rian Johnson – que na passada quarta-feira dizia ao DN não saber “o que é a disneyficação”.
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