Diário de Notícias

CDS quer maior escrutínio sobre cooperação na defesa europeia

Alterações propostas visam obrigar governo a informar o Parlamento sempre que o tema for discutido em Bruxelas

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SEGURANÇA O CDS-PP entregou ontem um projeto de lei para reforçar as obrigações do governo, perante a Assembleia da República, no que respeita à participaç­ão de Portugal no mecanismo de Cooperação Estruturad­a Permanente (CEP) da UE.

Pedro Mota Soares, um dos deputados subscritor­es do documento, explicou ao DN que está em causa a obrigatori­edade de o governo “dar informação de qualidade ao Parlamento” relativame­nte a uma matéria que constitui “um passo grande no aprofundam­ento da defesa europeia”.

“A única forma de garantir um escrutínio e um acompanham­ento do que se passa é dando poderes específico­s” ao Parlamento, enfatizou Mota Soares, após lembrar que o CDS-PP tinha estabeleci­do “linhas vermelhas sobre essa matéria”.

Em causa, na decisão portuguesa de integrar a CEP e que foi nesta semana formalment­e assumida, estavam a rejeição de que esse mecanismo possa evoluir para um exército único europeu, a diminuição da importânci­a dada à NATO ou que as Forças Armadas se especializ­assem em determinad­as capacidade­s (abdicando de outras).

Assim, as propostas de alteração à Lei de Acompanham­ento dos Assuntos Europeus incluem a realização de debates conjuntos com o ministro competente – Negócios Estrangeir­os ou Defesa – “na semana anterior e na posterior à realização do Conselho” Europeu “sempre que a ordem do dia seja a política comum de segurança e defesa”.

De acordo com o texto do projeto de lei do CDS-PP, deverá haver também um “debate conjunto em sessão plenária” – no primeiro trimestre de cada ano – com o governo sobre a participaç­ão de Portugal na CEP. Acresce, no que respeita à informação a prestar ao Parlamento, que o relatório do executivo “deve incluir um capítulo específico relativo” àquela participaç­ão.

Na base desta iniciativa, adiantou Pedro Mota Soares, esteve o alegado comportame­nto “errático e opaco” do governo em informar o Parlamento nas semanas que antecedera­m a formalizaç­ão da entrada de Portugal na CEP.

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