Antigo ministro russo condenado por corrupção
JUSTIÇA Tribunal condenou elemento de governo de Dmitri Medvedev a oito anos de prisão numa colónia penal de regime severo
O ex-ministro da Economia russo Alexei Uliukaiev, considerado culpado de corrupção por ter recebido um suborno equivalente a quase dois milhões de euros, foi sentenciado a uma pena de oito anos de prisão num campo de trabalho de regime severo, anunciou ontem a justiça russa.
Uliukaiev, o mais alto responsável russo condenado por corrupção desde a chegada ao poder de Vladimir Putin, foi também condenado a pagar uma multa de 130 milhões de rublos (1,9 milhões de euros). O antigo ministro, que anunciou a intenção de recorrer, foi condenado por “receber um suborno quando exercia funções oficiais”, num caso em que o tribunal considerou provado que Uliukaiev recebeu 1,9 milhões de euros da petrolífera Rosneft, a maior empresa do setor na Rússia.
O Ministério Público (MP) tinha pedido a condenação de Uliukaiev, ministro entre 2013 e 2016, a dez anos de prisão e a uma multa de 500 milhões de rublos (cerca de sete milhões de euros). O tribunal teve em conta, como atenuantes, a idade – Uliukaiev tem 61 anos – eo estado de saúde do acusado.
Segundo a acusação, Uliukaiev manteve a 14 de novembro de 2016 uma conversa telefónica com o presidente da Rosneft, Igor Sechin, na qual “reiterou a intenção de aceitar um suborno e aceitou deslocar-se aos escritórios” da petrolífera com esse fim. O suborno destinar-se-ia a obter uma autorização para que a empresa absorvesse uma outra do setor, a Bashneft.
Uma vez na Rosneft, segundo a acusação, Uliukaiev recebeu de Sechin uma pasta com a quantia acordada, sendo detido por agentes do FSB (serviços secretos russos), que supervisionaram a operação. A detenção do ex-ministro no final de 2016 provocou uma onda de choque nos meios liberais russos. Uliukaiev opôs-se durante longo tempo à venda da Bashneft à Rosneft, mas esta concretizou-se após ter recebido o apoio de Putin.
Uliukaiev argumentou em tribunal que toda a situação foi orquestrada por Sechin, embora tenha afirmado desconhecer os motivos do presidente da Rosneft.