Diário de Notícias

“Para mim, foi calçar os sapatos de outra pessoa”

Lucas Till, 27 anos, aceitou o desafio de interpreta­r a personagem do herói engenhocas no da série dos anos 1990. O DN conversou com o ator e com o produtor em Amesterdão sobre críticas e o que aí vem

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rói e há muito para gostar nele.”

Fala sem problemas das críticas que embalaram a estreia do projeto: “Para mim fazer o MacGyver foi trabalhar com um herói que nos ensinou a fazer as coisas de outra maneira, como pensamos com uma cabeça de engenheiro, é um super-herói sem superpoder­es nem capa. O superpoder dele é o cérebro, mas assim que se ouve a palavra remake diz-se que Hollywood perdeu a originalid­ade, compara-se com o original, a audiência é muito cética, está de braços cruzados ainda antes do lançamento”, comenta. E quando o confrontam com o facto de ser realmente uma série antiga, contesta. “Há ideias que parecem novas, mas dou um exemplo, Die Hard foi um filme muito popular. Anos mais tarde apareceu Air Force 1, que era Die Hard num avião. Em televisão temos o procedural drama, série de advogados, de médicos, na televi- temos de nos pôr numa caixa. A ideia do remake, e o Star Trek fê-lo bem, é introduzir a série a novos públicos”. Diz, aliás, que está a trabalhar em novas versões de outras duas séries clássicas para lá de MacGyver. Nunca viu a série original Lucas Till, nascido em 1990, não tem recordaçõe­s da série original, que se estreou em 1985. A série que deu a conhecer Richard Dean Anderson, então com 35 anos, prolongou-se por sete temporadas e quase oito anos, até 1992. “Recordo-me de chamarmos MacGyver ao meu pai”, diz o ator, como quem atira o melhor que tem. “Ele pirateava os meus projetos escolares! Estão a ver um pedaço de madeira e aos 8 anos fazer disso um carro e tentar explicálo?”, conta o ator, filho de um militar.

O currículo de Lucas Till está carregado de participaç­ões em séries e filmes. De Dr. House ao filme Hannah Montana. “Cinema são férias, televisão é uma loucura.” “Olhei para o meu planeament­o e parecia uma loucura, comentei com um ator de X-Men, ele disse que era difícil, mas é ainda pior. O horário eram 90 horas por semana, às vezes sem fins de semana, porque tinha de voar para falar com a imprensa, e entretanto aparece um monólogo de cinco páginas sobre técnicas de bombas.”

A conversa muda de sentido: como vê o futuro das séries de televisão? “Eu vejo séries com um máximo de 13 episódios, a nossa é um formato em que acontece algo novo em todos os episódios, mas não consigo prever, pois nunca imaginaria há cinco anos que estaríamos aqui e que a TV seria algo cool.” Conta que terminou House of Cards e que está a ver Tabu e Goldrush.

Peter Lenkov, que começou como guionista nos anos 1990 e é também o produtor na ficha técnica da série Havai: Força Especial, com estreia marcada para 26 de dezembro, também na Fox, admite que agora “é mais difícil levar as pessoas a ver a série, é preciso ter algo único para que apareçam para ver televisão”. “Nós vamos para o ar à sexta-feira e temos sorte, temos nove milhões de espectador­es, as outras estações têm 4,5 ou cinco milhões. Como conseguimo­s? São muito ingredient­es, mas esse é o desafio.”

No caso da série ambientada no Havai, explica, “a sorte é passarmos em novembro, dezembro e dar a oportunida­de de viajar até ao bom tempo do Havai, com pessoas bonitas e num local bonito, por isso tenho uma arma secreta com aquela série. Mas, sim, é preciso ser inventivo, porque agora há mais opções, temos de nos distinguir”.

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