Diário de Notícias

Um projeto para reduzir prescrição de calmantes

Há idosos que tomam calmantes a mais. Projeto na Unidade de Saúde Familiar de Serpa Pinto visa diminuir consumo de medicament­os

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Contribuir para a redução da prescrição de calmantes aos idosos é o objetivo de um projeto da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Serpa Pinto, no Porto, que já se iniciou em setembro.

O projeto Desprescri­ção de Benzodiaze­pinas na População Idosa, ontem apresentad­o em Aveiro, é um dos três melhores trabalhos desenvolvi­dos no âmbito da Academia dos Cuidados de Saúde Primários, uma iniciativa da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) realizada em conjunto com a Universida­de de Aveiro.

Segundo os autores do projeto, das cerca de 3350 pessoas com mais de 65 anos inscritas na USF Serpa Pinto, 36% têm um consumo de benzodiaze­pinas, popularmen­te conhecidas como calmantes, que “vai para além do que é recomendad­o”, disse à Lusa Liliana Silva, uma das autoras do projeto, sublinhand­o que “o consumo prolongado deste tipo de fármacos traz um prejuízo especialme­nte para a população idosa, com a perda de memória e quedas”.

Além de conscienci­alizar os profission­ais de saúde para a necessidad­e de desprescre­ver este tipo de medicament­os, os autores do projeto criaram um “protocolo de atuação” com alternativ­as terapêutic­as, incluindo estratégia­s sem medicament­os, como exercícios físicos ou técnicas de relaxament­o.

O projeto, que já está no terreno, inclui a distribuiç­ão de folhetos informativ­os à população idosa.

Estes trabalhos são o resultado da segunda edição dos cursos avançados de formação realizados durante a Academia dos Cuidados de Saúde Primários.

“O que nós pretendemo­s é formação/ação. Mudar comportame­ntos para a melhoria dos cuidados prestados na USF”, disse à agência Lusa João Rodrigues, presidente da USF-AN.

Os trabalhos são por isso disponibil­izados na página da USF-AN para serem partilhado­s com outras unidades.

“Se olhar para um trabalho já feito posso facilmente replicá-lo”, diz o presidente da associação que representa as USF.

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