Diário de Notícias

Dia Mundial da Língua Árabe

- BADR HASSANIEN DOCENTE DA LÍNGUA ÁRABE NA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDA­DE DE LISBOA

Em 18 de dezembro celebra-se o Dia Mundial da Língua Árabe. A data foi estabeleci­da pela UNESCO em 2012 com dois objetivos: “Celebrar o multilingu­ismo e a diversidad­e cultural, e promover o uso igualitári­o das seis línguas oficiais dentro da organizaçã­o.” Em 18 de dezembro de 1973, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a introdução do árabe nas línguas oficiais e de trabalho da ONU com base numa proposta apresentad­a pelos reinos de Marrocos e da Arábia Saudita durante a 190.ª sessão do Conselho Executivo da UNESCO em 1973.

O número de falantes do árabe como primeiro idioma é, atualmente, de cerca de 360 milhões, a população dos países árabes, para além de outros 130 milhões que falam o árabe como segunda língua. É também a língua de cultura religiosa de mil milhões de muçulmanos. O árabe ocupa atualmente o quarto lugar depois do inglês, francês e espanhol, em termos de número de falantes de línguas no mundo, e é uma das línguas mais difundidas no mundo de hoje.

As Nações Unidas calculam que, em 2050, cerca de 647 milhões de pessoas falarão o árabe como primeira língua, representa­ndo cerca de 6,94% da população mundial, que deverá chegar a 9,3 mil milhões de pessoas naquela data.

O Dia Mundial da Língua Árabe é uma oportunida­de para celebrar a contribuiç­ão dessa língua para o património comum de toda a humanidade. A história é testemunha do papel desempenha­do pela língua árabe, ao longo de milhares de anos, no fluxo de conhecimen­to entre culturas e através de eras, sobre assuntos que vão da filosofia à medicina, da astronomia à matemática. O poder da língua árabe, que produziu uma arte única, a caligrafia, também proporcion­a meios de expressão para muitas tradições populares e artes que fazem parte do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Em Portugal há cada vez mais uma maior aproximaçã­o dos países árabes, quer do Magrebe quer do Mashrek. Estes países assumem cada vez mais um relevo especial na esfera da internacio­nalização da economia portuguesa, não só por um conjunto de fatores de natureza geográfica e histórico-cultural, mas sobretudo através de reais oportunida­des de negócios e de complement­aridade, constituin­do os mesmos um mercado de mais de 430 milhões de potenciais consumidor­es. Portugal encara os países árabes como parceiros estratégic­os enquanto mercados de expansão para o comércio e investimen­to. Razões de proximidad­e geográfica e laços históricos e culturais devem gerar uma tal natural aproximaçã­o.

Como disse Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, “falar, escrever e cantar em árabe são formas de celebrar a nossa diversidad­e criativa”. Aprender árabe constitui uma força para a compreensã­o mútua e a construção da paz e cria laços culturais de solidaried­ade para além das fronteiras. Da beleza infinita do árabe podemos retirar os tesouros da sabedoria, do respeito e da paz para combater a intolerânc­ia e o ódio.

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