Call It What You Want é talvez a melhor das 15 canções em que esta mulher reconvertida se mostra como séria candidata ao trono da pop
verter para canções. Por exemplo, a abertura, com Ready for It?, baseia- se num assumido e claro desejo de vingança. Face a quem ou a quê – eis algo que fica em aberto, não sendo difícil “encaixar” um alvo que caiba nesse papel. End Game, que conta com as colaborações do britânico Ed Sheeran e do rapper norte- americano Future, lida com outra dimensão em que Taylor se tornou perita: a da perda. Nunca escondeu, de resto, como foi afetada pelo final das suas relações amorosas com o cantor John Mayer, com o músico Calvin Harris ou com os atores Jake Gyllenhall e Taylor Lautner.
Mas nem tudo apresenta raízes no desgosto – basta recorrer às suas declarações apaixonadas e felizes em Gorgeous e, especialmente, em Call It What You Want, potencialmente a melhor das 15 canções em que esta mulher reconvertida se mostra como uma das mais sérias candidatas ao trono da pop, na vertente dançante que também destaca Beyoncé, Rihanna ou Lady Gaga.
O álbum mantém um dos trunfos que mais contribui para a popularidade de Taylor, que vai lançar- se, em 2018, numa gigantesca digressão de apoio – a simplicidade da sua escrita permite uma rápida identificação com aquilo que faz questão de dizer. Mais do que isso, o “embrulho” das cantigas, muito dependente da eletrónica e do ritmo, não é de forma a causar um desgaste rápido. Bem pelo contrário: se Reputation rendeu até agora quatro singles ( LookWhat You Made Me Do, Ready for It?, End Game e New Year’s Day), há muito mais por onde escolher. E uma certeza: com mais ou menos polémicas, Taylor Swift continuará a andar nas bocas do mundo, nem que seja para a cantarem. Já agora: nos pés, também, para quem goste de dançar.
Reputation